Governador americano renuncia em meio a escândalo sexual
Estrela republicana, Eric Greitens era tido como potencial candidato à Casa Branca; também responde por uso político de lista de doadores para caridade
Tido como uma das estrelas em ascensão do Partido Republicano, o governador do Missouri, Eric Greitens, renunciou na terça-feira (29) por estar envolvido em um escândalo sexual e por ter usado uma lista de doadores de instituição de caridade com propósitos políticos. Greitens vinha lutando havia quatro meses para preservar sua carreira na política nos Estados Unidos.
Greitens insistia que não havia cometido nenhum crime, segundo o jornal americano The New York Times. “Esta provação foi planejada para causar um incrível volume de pressão sobre a minha família. Eu não posso permitir que essas forças continuem a causar dor e dificuldades para as pessoas que eu amo”, afirmou, ao justificar sua renúncia.
Casado, o carismático Greitens, de 44 anos, fora empossado como governador do Missouri, no Meio-Oeste dos Estados Unidos, em 2016. Combatera no Afeganistão e no Iraque como fuzileiro naval membro do corpo especial de ataque e deixara esses conflitos com condecorações.
De volta aos Estados Unidos, fundou uma instituição de caridade voltada para os veteranos de guerras e tornou-se acadêmico. Segundo o Times, Greitens era visto por colegas republicanos como uma estrela do partido e potencial candidato à Casa Branca, no futuro.
Os escândalos em que se envolveu, porém, não só lhe custaram o mandato como governador e a carreira política. Deverão comprometer também a candidatura ao Senado de outro republicano promissor, Josh Hawley, que aplaudiu Greitens por ter “feito a coisa certa” ao renunciar. A eleição será em novembro, e Hawley concorrerá com a senadora democrata Claire McCaskill.
O escândalo sexual surgiu quando uma rede de televisão de St Louis divulgou uma gravação de audio na qual uma cabeleireira falava de seus encontros com Greitens, em 2015, e do fato de o governado ter tirado fotos dela, sem sua permissão, para depois ameaçá-la a não falar a ninguém sobre o relacionamento. A conversa fora gravada pelo ex-marido da cabeleireira.
Promotores do Missouri processaram Greitens por invasão de privacidade, um crime naquele Estado, em fevereiro passado. Chamada a depor, a cabeleira relatou ter atendido Greitens em sua casa. Ele teria sugerido que fizessem sexo: vedou os olhos dela, amarrou as mãos e a beijou, antes de tirar sua camisa e baixar a calça da cabeleireira. Então, tirou uma foto com seu celular e ameaçou publicá-la se o segredo fosse rompido.