O presidente italiano, Giorgio Napolitano, reeleito no sábado, tomou posse na tarde desta segunda-feira perante o Parlamento reunido em sessão plenária, na qual fez juramento à Constituição. Pela manhã, Napolitano, cujo atual mandato expirava no dia 15 de maio, apresentou sua renúncia para poder tomar posse do cargo e acelerar a formação de um novo governo que possa tirar o país do impasse político.
Em seu discurso de posse, Napolitano instou os partidos políticos italianos que cheguem a um acordo para formar um governo e sem demora. O chefe de estado de 87 anos atacou repetidas vezes os partidos políticos pelas disputas intermináveis e pela incapacidade de chegar a um acordo desde a eleição, em fevereiro.
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Napolitano disse aos parlamentares que apenas uma ampla coalizão é possível nas circunstâncias atuais e que os partidos devem formar rapidamente um governo capaz de ganhar votos de confiança parlamentar. Ele também justificou nesta segunda-feira sua decisão de aceitar a reeleição diante da necessidade de oferecer um sinal de ‘coesão nacional’ e de recuperar a confiança internacional.
O presidente, que se mostrou emocionado e foi apoiado pelos parlamentares, disse que se os partidos voltarem a se mostrar ‘insensíveis’ perante o bloqueio institucional não deixará de expor ‘as consequências para o país’.
Reeleição – Napolitano foi reeleito no sábado depois de um acordo de última hora costurado pelos líderes partidários para tentar resolver o impasse político depois de cinco votações inconclusivas, desde quinta-feira passada. Com o apoio dos principais partidos, Napolitano foi eleito para mais um mandato, depois de conseguir maioria simples em uma sessão conjunta. Caberá a Napolitano tentar organizar um governo de coalizão para acabar com a instabilidade que se arrasta desde fevereiro, quando nenhum partido conseguiu maioria no Senado. Um gabinete tecnocrata segue interinamente no comando do país.
O chefe de Estado italiano é uma figura em grande parte cerimonial, mas tem uma série de funções políticas vitais, como Napolitano demonstrou em 2011, quando colocou Mario Monti à frente de um governo de tecnocratas para substituir Silvio Berlusconi, envolvido em escândalos.
(Com agências France-Presse e Reuters)