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Furacão Ian encerra debate sobre mudança climática, diz Biden

Ao menos 109 pessoas morreram até o momento em decorrência da tempestade, que chegou ao Golfo da Flórida na semana passada

Por Vitória Barreto 5 out 2022, 19h31
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  • Em um dura fala durante entrevista à imprensa em Fort Myers, na Flórida, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizou nesta quarta-feira, 5, que os desastres recentes enfrentados por americanos em todo o país encerram de uma vez por todas a discussão sobre a existência ou não de mudanças climáticas, e se o governo deveria fazer algo sobre a questão. Ao menos 109 pessoas morreram até o momento em decorrência do furacão Ian, que chegou à costa do Golfo da Flórida na quarta-feira 28 com ventos de até 240 km/h.

    “Infelizmente, estive em muitas áreas de desastre nos últimos seis meses… incêndios queimaram no oeste e no sudoeste, queimaram tudo até o chão”, disse o democrata. “Estamos em uma situação em que o rio Colorado parece mais um córrego. Há muita coisa acontecendo”, acrescentou o presidente Biden em discurso. 

    +‘Este pode ser o furacão mais mortal da história da Flórida’, diz Biden

    Depois de avaliar os danos provocados pelo desastre, Biden prometeu uma resposta federal de longo prazo às consequências do furacão. Mais de 4.000 funcionários federais foram encaminhados para o local e milhões de refeições e água fornecidos pela Agência Federal de Gestão de Emergências. Além disso, três centros federais de recuperação de desastres serão abertos no estado da Flórida.

    Nesta quarta-feira, ao menos 313.000 pessoas continuavam sem luz, de acordo com dados do portal PowerOutage. Na semana passada, quando a tempestade chegou à Flórida, o número beirava 2,5 milhões.

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    +Furacão Ian deixa rastro de destruição na Flórida e vai à Carolina do Sul

    “Temos um longo caminho pela frente, reconstruindo comunidades inteiras desde o início. Quero que o povo da Flórida saiba – você tem meu compromisso e o compromisso da América de que não vamos deixar”, disse o presidente.

    Junto a Biden durante visita a locais afetados, o governador da Flórida, Ron DeSantis, detalhou parte do que viu em áreas como a ilha Sanibel.

    “Você pode passar por cima de helicóptero e ver danos, mas isso não faz justiça ao que você vê de perto, no chão. Você vê postes de concreto arrancados pela metade, linhas de energia jogadas para todos os lados, imensas quantidades de destroços”, disse.

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    Destruição na ilha Sanibel, na Flórida. 05/10/2022 (Sean Rayford/Getty Images)

    O prefeito da ilha, Dana Souza, por sua vez, disse à rede CNN que “não pode estimar” quando a região poderá ser habitável novamente. “Basicamente todas as estruturas da ilha sofreram algum tipo de dano”, afirmou.

    As seguradoras do estado disseram estar se preparando para sinistros entre US$ 28 bilhões e US$ 47 bilhões, configurando a tempestade mais cara na Flórida desde o furacão Andrew em 1992, de acordo com a empresa norte-americana de dados e análises de propriedades CoreLogic.

    Antes de chegar aos Estados Unidos, o furacão já havia provocado estragos em Cuba. Mais de 850.000 cubanos ficaram sem luz e cerca de 40.000 pessoas precisaram ser retiradas das áreas costeiras mais próximas do nível do mar. O desastre provocou duas mortes na ilha.

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