O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, falou sobre a situação das economias emergentes em meio à crise financeira global. Para ele, a teoria do “descolamento” das economias não faz sentido, e o Brasil e outras nações em desenvolvimento, como Índia e China, vão enfrentar desaceleração do crescimento. E há ainda o risco, segundo Kahn, de que as reservas acumuladas pelos bancos centrais não sejam suficientes.
O diretor-gerente falou, nesta segunda-feira, em um fórum econômico sobre as relações entre União Européia (UE) e América Latina, realizado em Paris. “Não creio na tese do descolamento. O conjunto do mundo está globalizado e as conseqüências da crise serão sentidas por todos, com mais demora em alguns casos”, disse Strauss-Kahn. “Não necessariamente o impacto se dará sobre o sistema financeiro da América Latina, da Ásia e da África, porque seus bancos haviam investido pouco nos produtos imobiliários americanos. Mas haverá conseqüências diretas e indiretas, como desaceleração na Índia, na China e no Brasil.”
Durante palestra, Strauss-Kahn levantou dúvidas sobre a capacidade dos países em desenvolvimento de suportar a crise. “Muitos, como Brasil e Argentina, acumularam reservas que entendem suficientes em caso de tempestade. Verdade? Não estou certo.”