Finlândia fecha fronteira para turistas russos durante fuga da convocação
Ministro das Relações Exteriores disse que o fluxo de russos é visto como uma ameaça às relações internacionais da Finlândia
A Finlândia anunciou nesta quinta-feira, 29, que vai fechar sua fronteira para turistas russos a partir da sexta-feira, 30. O país é o último dos vizinhos de Moscou na União Europeia a tomar essa medida.
Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia fecharam suas fronteiras para turistas russos no início deste mês. Na Finlândia, russos ainda poderão visitar a família ou viajar a trabalho ou estudo, disse o ministro das Relações Exteriores, Pekka Haavisto.
A decisão foi tomada depois que o número de russos que atravessam a fronteira disparou , por conta de uma convocação de 300.000 reservistas militares pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Filas se formaram nas passagens de fronteira enquanto as pessoas tentam fugir.
A Finlândia – que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia e exige visto, ao contrário da Geórgia – relatou um aumento de 33% no fluxo da fronteira após a mobilização parcial. Estima-se que mais de 260.000 homens russos tenham fugido do país para a Finlândia, Geórgia e Cazaquistão desde o anúncio na semana passada.
Pekka Haavisto disse em entrevista coletiva que a ordem de mobilização teve um “impacto significativo” em sua decisão.
“A decisão visa impedir completamente a situação atual do turismo russo para a Finlândia e o trânsito relacionado pela Finlândia”, disse ele.
A medida entra em vigor à meia-noite de sexta-feira e proíbe ainda a entrada de russos com visto de turista Schengen no país. Haavisto também disse que o fluxo de russos é visto como uma ameaça às relações internacionais da Finlândia.
No início deste mês, a União Europeia também decidiu tornar mais caro e mais difícil para os cidadãos russos obterem vistos, suspendendo um acordo de vistos entre o bloco e a Rússia. Mais de um milhão de russos viajaram para países da União Europeia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro.
Em um movimento separado, quatro países membros que fazem fronteira com a Rússia – Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia – impuseram restrições mais duras.