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Fim dos estoques marca primeiros dias de legalização da maconha no Canadá

Canadenses formaram longas filas e até acamparam em frente das lojas autorizadas para a venda da droga

Por Da Redação
Atualizado em 18 mar 2021, 21h40 - Publicado em 19 out 2018, 11h16
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  • No primeiro dia de venda legal de maconha para uso recreativo no Canadá, muitos estabelecimentos autorizados viram seus estoques se esgotarem. Até mesmo lojas on-line ficaram sem produto diante da enorme demanda.

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    O país se tornou o segundo do mundo a legalizar o uso da droga, ao lado do Uruguai. O porte de até 30 gramas de maconha é autorizado. Os canadenses também podem cultivar até quatro plantas de cannabis em suas casas.

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    Clientes formaram filas enormes em frente das lojas na quarta-feira 17, o primeiro dia da legalização. Em alguns lugares, pessoas acamparam na frente dos estabelecimentos desde a noite anterior.

    Pelo menos 111 lojas legalizadas devem ser inauguradas no país, mas nenhuma loja abrirá em Ontário, província que inclui Toronto. A região mais populosa do Canadá ainda está aprovando as regras para a venda e não espera lojas até a próxima primavera.

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    Canadenses de todos os lugares também podem encomendar produtos de maconha através de sites administrados por províncias ou revendedores privados e recebê-los em suas casas pelo correio.

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    Diante da falta de produtos nas lojas físicas, muitos clientes recorreram ao comércio pela internet, mas também se decepcionaram. Os estoques das lojas online, que incluem até bebidas feitas a base de cannabis, também acabaram rapidamente.

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    Euforia

    Os primeiros clientes no Canadá compraram cannabis legal já à meia-noite (22h30 de terça-feira, hora de Brasília) em Saint-Jean-de-Terre-Neuve, no leste do país.

    Desafiando o frio, Ian Power chegou quatro horas antes para “fazer história”. “Era um sonho ser a primeira pessoa a comprar o primeiro grama legal de maconha no Canadá, e aqui estou finalmente”, declarou aos jornalistas reunidos no local. “Estou tão emocionado que não consigo parar de sorrir”, disse.

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    Embora na província de Quebec as lojas da estatal Sociedade da Cannabis Quebequense, a SQDC, tenham aberto às 10 horas locais de quarta, os primeiros clientes acamparam nas portas dos estabelecimentos desde a noite anterior.

    A SQDC tinha antecipado 4 000 pedidos por dia, mas no fim da tarde do primeiro dia de vendas informou que já tinha recebido 18 000.

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    Em Montreal, em frente à sucursal da rua Sainte-Catherine, uma das principais avenidas da cidade, Mathieu aguardava desde as três da manhã. “É histórico, queria estar aqui”.

    Dezenas de pessoas faziam fila pacientemente desde o amanhecer na calçada. Em cadeiras dobráveis, vários matavam o tempo fumando.

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    “Há temos devia ter sido legalizada. Fumo desde que tenho 15 anos, estou com 33 (…) Tenho 300 dólares no bolso”, acrescenta Mathieu.

    As novas leis

    A legalização foi uma promessa de campanha do primeiro-ministro Justin Trudeau. As leis, aprovadas pelo Parlamento em junho, regulam a produção, a comercialização e o consumo da droga.

    O governo canadense permitiu a cada província organizar o comércio da erva, mas há vários modelos em todo o país para um mercado avaliado em 4,6 bilhões de dólares por ano.

    Pelas normas gerais, os canadenses precisam ter 18 anos para comprar maconha. Porém, há províncias que elevaram a exigência da idade para 21 anos, como Quebec.

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    Em qualquer lugar do país, contudo, a maconha não pode ser vendida nos mesmos locais onde se pode comprar álcool ou tabaco.

    O objetivo da legalização, segundo seus defensores, é acabar com o mercado negro e diminuir o consumo de maconha entre os jovens. Médicos e agentes de saúde pública do governo que se opuseram às novas leis, contudo, dizem que o consumo da droga pode ser tão prejudicial à saúde quanto o tabaco.

    “Quando as pessoas começarem a ver as consequências (da legalização), culparão Trudeau pelos fracassos”, comentou o líder opositor conservador Andrew Scheer.

    Bilhões de dólares foram investidos nesta nova indústria nos últimos meses. A líder do mercado, Canopy Growth, aumentou em 448% seu lucro em um ano.

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    Parece inevitável que os 120 produtores atualmente autorizados não se vejam sobrecarregados pela demanda imediata. Mas, para Bill Blair, o ministro encarregado da redução do crime organizado, é possível eliminar 25% do mercado negro até o final de 2018 e cerca da metade no decorrer de um ano.

    “Muitas pessoas pensam que a legalização é um evento, mas é um processo”, disse Blair à AFP. “Por quase um século, grupos criminosos controlaram todo o mercado”, lembrou. “Eles não vão desaparecer silenciosamente da noite para o dia”, acrescentou, assegurando que eles ganharam vários bilhões de dólares todos os anos.

    “Mas o fato de que algumas pessoas queiram se agarrar a um modelo de proibição que levou às taxas mais altas de consumo de maconha em qualquer país do mundo é um pouco chocante para mim”, disse.

    Segundo o ministério da Justiça, eliminar o mercado negro levará ao menos quatro anos.

    Advertência dos EUA

    Enquanto isso, o Escritório de Alfândega e Proteção Fronteiriço dos Estados Unidos (CBP) advertiu que não vai admitir a entrada de canadenses que cheguem com a intenção de “ajudar a proliferação do negócio da maconha” na nação vizinha, e que a droga segue sendo ilegal segundo a lei federal, apesar do uso autorizado em alguns estados e localidades.

    “Se um canadense está vindo aos Estados Unidos e não tem nada a ver com a indústria da maconha ou a proliferação desta indústria, essa pessoa geralmente será considerada admissível”, esclareceu o funcionário do CBP Christopher Perry em coletiva de imprensa em Detroit, Michigan (na fronteira canadense).

    (Com AFP)

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