Falcões, castores e cervos: Londres vai trazer a vida selvagem de volta
Capital do Reino Unido tem 45 projetos ecológicos de grande porte em andamento
A prefeitura de Londres anunciou nos últimos dias de dezembro a criação de um plano ecológico ousado, que promete reintroduzir animais silvestres nas áreas verdes da cidade.
De acordo com o prefeito, Sadiq Khan, o projeto terá aporte inicial de 600.000 libras, cerca de 4,6 milhões de reais, e deverá beneficiar áreas icônicas da capital britânica, incluindo o Hyde Park, mais famosa área de lazer londrina.
Entre as espécies que deverão ser reintroduzidas estão castores, ratos d’água, pardais, cervos e até falcões peregrinos.
Esse processo se integra ao chamado rewilding, conceito do urbanismo que prega a introdução de animais e plantas silvestres em grandes cidades.
O objetivo é aumentar a biodiversidade local, tornar as cidades mais resistentes às mudanças climáticas e aumentar a qualidade de vida dos moradores.
Entre as grandes metrópoles que já implantaram o sistema estão Nova York, Singapura, Paris, Melbourne, e Auckland.
No total, Londres vai colocar em andamento 45 projetos de expansão das áreas verdes e introdução de animais silvestres.
Segundo Khan, a multiplicação de terrenos silvestres vai reduzir a poluição, conter as inundações e garantir que todos os londrinos vivam a no máximo dez minutos de caminhada de uma área verde.
O projeto é, na verdade, uma expansão do que já acontece no rio Tâmisa. Considerado biologicamente morto nos anos 1960, o curso d’água foi despoluído e, em seguida, alvo de técnicas de rewilding.
Entre as medidas aplicadas pela prefeitura está a remoção do concreto usado para canalizar os afluentes do Tâmisa. No lugar, foram plantados arbustos silvestre.
Simples e eficiente, a troca multiplicou em 450% a população de pássaros como o martim-pescador, além de trazer de volta peixes e morcegos.
O prefeito Sadiq Khan promete usar o rewilding para tornar Londres neutra em emissão de carbono no médio prazo.
Segundo a prefeitura, porém, o desafio será longo. Ainda que 2o% da capital britânica sejam classificados como pontos de conservação de natureza, somente metade dessas áreas tem gerenciamento adequado.