Dois bombeiros e uma mulher morreram após uma grande explosão numa padaria de Paris, na manhã deste sábado, 12. Serviços de emergência estavam atendendo a um chamado por vazamento de gás quando foram surpreendidos pelo acidente, segundo o ministro do Interior francês, Christophe Castaner.
Quarenta e sete pessoas ficaram feridas, 10 em estado grave, na ocorrência que atingiu a rua de Trévise, no nono distrito da capital francesa, por volta das 9 horas da manhã (horário local). A explosão aconteceu nas proximidades da Ópera Nacional de Paris, uma popular área turística, e foi sentida em todo o bairro.
O impacto deixou carros virados de cabeça para baixo, e detritos de lojas próximas se espalharam pelo asfalto. A mulher espanhola, que passava férias com seu marido em Paris, morreu no hospital, enquanto outro cidadão do país também foi ferido, segundo o ministro de Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell Fontelles.
A padaria não estava aberta na hora da explosão. Helicópteros pousaram nas proximidades para evacuar os feridos.
O incidente aconteceu horas antes de mais uma marcha dos “coletes-amarelos”, que protestam pelo nono final de semana consecutivo. Parte do ato estava programada para os arredores da rua, que está interditada. A polícia avisou que o público mantivesse distância da área, abrindo espaço para veículos de emergência.
Aumento das marchas
Depois de uma trégua no fim de ano, cerca de 26 mil coletes amarelos já se manifestaram no último sábado 05, com registros de incidentes violentos.
Confirmando as expectativas do governo, a marcha contra medidas do presidente Emmanuel Macron foi ainda maior neste sábado, reunindo 32.000 pessoas em todo país, 8.000 somente na capital francesa. Mais de 100 ativistas foram presos, incluindo 82 que continuam sob custódia policial.
Com medo de novos episódios de insurgência durante os protestos, o Ministério do Interior havia aumentado o contingente policial, com 80 mil agentes mobilizados para acompanhar as ações em todo o país – cinco mil deles em Paris, segundo a agência Efe.
Na capital francesa, as tensões entre os manifestantes e a polícia no final da marcha se acirraram perto do monumento do Arco do Triunfo. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar um grupo que jogava pedras e outros objetos.
Em sua conta no Twitter, o vice-ministro do Interior, Laurent Nunez, prometeu “tolerância zero” contra desordeiros. “Se houver confusão, aqui como em toda a França, daremos uma resposta extremamente firme”, afirmou Nunez, que está em Rouen, a cerca de 150km de Paris.
O primeiro protesto, em 17 de novembro, reuniu cerca de 290 mil pessoas. Muitas usavam um colete amarelo fluorescente, item de segurança obrigatório nos veículos franceses, que acabou virando símbolo da nova onda de protestos.
Em seu pronunciamento de Ano Novo, Macron se referiu indiretamente ao movimento. Ele reconheceu a raiva contra as injustiças, mas afirmou que discursos de ódio não seriam tolerados, pedindo que as pessoas se respeitem.