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Macron pede calma, enquanto protestos continuam nas ruas e escolas

Governo abandonou aumento do imposto sobre combustível de forma definitiva, mas movimento se torna mais heterogêneo e descentralizado

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 6 dez 2018, 09h14

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu às forças políticas e sindicais para lançarem um “apelo à calma” com o objetivo de desmobilizar os protestos contra o governo que varrem o país. Nesta quinta-feira, 6, ao menos 150 escolas se mobilizaram para se unirem aos manifestantes.

Estudantes secundaristas de todo o país convocaram, por meio das redes sociais, bloqueios nos colégios do país em protesto contra as reformas propostas pelo governo de Macron para o Ensino Médio.

Segundo o Ministério de Educação francês, por volta das 10h da manhã desta quinta (7h em Brasília), 150 centros educacionais em todo o país registravam algum tipo de manifestação. Em Paris, ao menos 10 escolas participam do movimento, enquanto em Versalhes de 32 colégios participantes, 10 estão totalmente bloqueados.

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Em algumas partes da França, comícios de outros apoiadores dos coletes amarelos também foram convocados para hoje. Na noite desta quarta-feira, o Palácio do Eliseu revelou que teme “uma grande violência” nas manifestações previstas para o próximo sábado, 8.

“O momento que vivemos já não é o da oposição política”, disse na quarta-feira 5 o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, citando Macron. “O presidente pediu às forças políticas, sindicais e patronais que lancem um chamado claro e explícito à calma”, acrescentou.

“A segurança dos franceses e nossas instituições estão em jogo”, afirmou o primeiro-ministro, Edouard Philippe, em discurso ante a Assembleia Nacional.

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Os protestos

Há três semanas, a França vive protestos convocados pelo movimento popular “coletes amarelos”, que começou com um protesto contra a alta do imposto sobre combustíveis e, agora, reflete uma insatisfação social mais ampla.

Os protestos começam a se estender para outras categorias. Esta quinta já é o terceiro dia consecutivo em que os estudantes do Ensino Médio convocam bloqueios nas escolas pelo país.

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Os alunos querem o fim de uma reforma no currículo do Ensino Médio proposta pelo Macron e mudanças no sistema de ingresso nas universidades do país. A associação de estudantes secundaristas FIDL pediu um ato “amplo e geral” para e exige a renúncia do ministro da Educação.

Algumas universidades em Paris também seguiram o exemplo dos secundaristas. Na terça e quarta-feira, os centros de pesquisa de Censier e Tolbiac, da Universidade de Paris- Sorbonne, foram bloqueados. Hoje, o campus central da universidade também foi fechado pelos estudantes.

Durante os protestos nas escolas, diversos incidentes foram registrados. Na região de Aubervilliers, norte de Paris, um carro foi queimado e uma loja de telefones saqueada. Já em Bordeaux, no sudeste do país, seis alunos foram presos depois de entrarem em confronto com a polícia.

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Suspensão dos impostos

Diante da pressão imposta pelos manifestantes nos últimos dias, o governo francês decidiu abandonar o aumento do imposto sobre combustível que previamente tinha sido suspenso por seis meses. Esta era a principal reivindicação dos coletes amarelos.

O premiê não deixou claro se o reajuste poderia ser adicionado eventualmente em uma emenda ao orçamento durante o ano que vem. A concessão custará 2 bilhões de euros (cerca 8,7 bilhões de reais) aos cofres públicos.

O presidente também congelou as discussões que teria sobre reajustes dos preços de alimentos, mas nada parece aplacar o ímpeto da mobilização. Sindicatos de produtores rurais e caminhoneiros anunciaram adesão a ela.

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O movimento que começou como resposta a um plano do governo de elevar taxas de combustível para desestimular o uso de carros e fazer uma transição para energia limpa, está cada vez mais heterogêneo e inclui todo tipo de reivindicação.

Os sindicatos na França não vinham, até então, desempenhando um papel importante do movimento espontâneo, mas agora tentam capitalizar o crescente descontentamento popular.

Em um comunicado conjunto, dois sindicatos de caminhoneiros instaram esses profissionais a iniciar na noite de domingo, 9, um protesto contra um corte nos pagamentos das horas extras e pediram uma reunião urgente com o ministro dos Transportes.

Já o sindicato dos agricultores FNSEA disse que lutará para ajudar os produtores rurais a melhorar seus rendimentos, ainda que não oficialmente participe do movimento coletes amarelos.

A polícia francesa liberou a maioria dos depósitos de combustível que os manifestantes haviam bloqueado, mas em grande parte da França ainda faltava o produto nas bombas.

Manifestantes também tomaram cabines de pedágio nas estradas do país, permitindo que motoristas passassem sem pagar, para pressionar por demandas que vão do aumento de salários e pensões à dissolução da Assembleia Nacional, o Parlamento francês.

(Com AFP, EFE e Estadão Conteúdo)

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