No mesmo dia em que a guerra entre o Hamas e Israel completa seis meses, com um saldo de mais de 33,1 mil mortos, o Exército de Israel anunciou uma drástica redução nas tropas ao sul da Faixa de Gaza. Apenas uma brigada permanecerá no local, de acordo com o que um porta-voz disse neste domingo, 7, à agência de notícias Reuters.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento nesta manhã afirmando que o país está “a um passo da vitória” e prometendo eliminar o grupo militante palestino Hamas “também em Rafah” (cidade ao sul de Gaza).
Na última sexta-feira, 5, o governo israelense aprovou a reabertura de duas portas humanitárias em Gaza — a passagem de Erez, que fica ao norte da Faixa de Gaza, e o Porto de Ashdod, que fica ao sul. Ambas estavam fechadas desde 7 de outubro de 2023, quando o conflito foi deflagrado.
Esses gestos seguem uma crescente pressão da comunidade internacional pelo fim do conflito e pelo aumento das ajudas humanitárias. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou na sexta uma resolução que pede que Israel seja responsabilizado por “possíveis crimes de guerra” e que os Estados aliados parem de fornecer armamentos por causa do “risco de genocídio”. O documento foi aprovado por 28 votos a 6, com 13 abstenções.
A abertura das portas ao norte e sul de Gaza foi deliberada horas depois de um comunicado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condicionando o apoio do seu país à medida. O chefe da Casa Branca também pediu às autoridades do Egito e do Catar que pressionem o Hamas a aceitar um acordo para a liberação de reféns.
Outra medida recente do governo de Israel que corrobora com o apaziguamento do conflito foi a demissão, também na última sexta, de dois oficiais por causa da morte de sete funcionários de uma ONG espanhola World Central Kitchen, que prestava auxílio humanitário em Gaza.