Nova Délhi, 19 jan (EFE).- O Exército de Bangladesh afirmou nesta quinta-feira ter dispersado uma tentativa de golpe de Estado contra o Governo da primeira-ministra, Sheikh Hasina, por parte de um grupo de oficiais das tropas, informou a imprensa local.
Em entrevista coletiva em Daca, um porta-voz militar, o general-de-brigada Muhamad Masud Razaq, explicou que o golpe foi ‘liderado por um grupo de oficiais fanáticos afastados e em serviço e instigado por bengaleses não residentes’ no país.
‘Descobrimos um terrível complô dentro das Forças Armadas de Bangladesh para derrubar o Governo democrático’, ressaltou Razaq, que falou sobre a detenção de dois antigos oficiais – um coronel e um major – que ‘admitiram seu papel no plano’.
O porta-voz acrescentou que o comando militar iniciou uma operação de busca de outro major em serviço, que fugiu, e está vigiando entre 14 e 16 oficiais ‘de média categoria’, cujos cargos não especificou.
‘Serão tomadas medidas severas contra aquelas pessoas envolvidas na conspiração após uma investigação adequada’, afirmou Razaq, citado pela agência estatal bengalesa ‘BSS’.
Segundo declarações de Razaq no portal ‘Bdnews24’, a tentativa de levante foi descoberta dia 22 de dezembro, quando um major, identificado como Zía, se reuniu com um superior e lhe pediu que ‘utilizasse o Exército contra o Estado e a democracia’.
‘O oficial superior informou imediatamente às autoridades pertinentes sobre as intenções do major, que não retornou ao trabalho e continuou tentando organizar atividades subversivas’, disse o porta-voz militar.
Razaq disse que no último dia 28 foi estabelecido um tribunal militar para investigar o sucedido.
O atual Governo, da Liga Awami de Hasina, está no poder desde 2008, após vencer nas eleições o Partido Nacionalista de Bangladesh da ex-primeira-ministra Khaleda Zía.
Hasina e Zía são herdeiras das duas dinastias políticas mais importantes do país e se alternaram no poder durante parte dos 40 anos de história de Bangladesh, que sofreu diversos golpes militares.
A última sublevação de destaque foi um motim, em fevereiro de 2009, por cerca de mil agentes da guarda especial de fronteiras e alguns civis que custou a vida de 74 pessoas antes de ser controlado. EFE