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Exemplo de empresária incentiva mulheres ao trabalho no Afeganistão

Fawad Peikar. Cabul, 14 jul (EFE).- Na zona oeste de Cabul, dezenas de trabalhadoras afegãs se esforçam para cortar madeira no único negócio de carpintaria dirigido por uma mulher no Afeganistão, um país onde o papel do sexo feminino continua reduzido ao âmbito doméstico. Batizada como Iniciativa Feminina de Carpintaria, a empresa foi criada pela […]

Por Da Redação
14 jul 2012, 06h09
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  • Fawad Peikar.

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    Cabul, 14 jul (EFE).- Na zona oeste de Cabul, dezenas de trabalhadoras afegãs se esforçam para cortar madeira no único negócio de carpintaria dirigido por uma mulher no Afeganistão, um país onde o papel do sexo feminino continua reduzido ao âmbito doméstico.

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    Batizada como Iniciativa Feminina de Carpintaria, a empresa foi criada pela afegã Fátima Akbari, que, na atualidade, conta com cerca de 80 empregadas, as quais chegam a ganhar US$ 100 mensais.

    Fátima, de 42 anos, foi obrigada a emigrar para o Irã com sua família por causa da guerra. Mas, ao voltar ao país em 2003, a afegã aproveitou sua formação em carpintaria para criar um negócio que desafia a linha de pensamento fundamentalista, ainda muito forte neste país.

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    ‘Aprendi o ofício quando tinha 24 anos e decidi montar um negócio para ajudar as mulheres voltarem ao Afeganistão’, afirma a valente empresária em entrevista à Agência Efe na sede de sua empresa.

    Mãe de dois filhos e uma filha, Fátima aprendeu carpintaria em uma empresa de Teerã, onde era a única mulher além de sua chefe. Nesta fábrica, a agora empresaria confessa que sofria muita discriminação de seus colegas homens, os mesmos que foram obrigados a reconhecer ‘esforço e o talento’ da trabalhadora.

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    Depois de adquirir certa experiência, Fátima resolveu abrir seu próprio negócio em Teerã e aproveitar para dar mais espaço às trabalhadoras. Com a entrada das tropas internacionais no Afeganistão (2001) e a queda dos talibãs, Fátima se sentiu segura o suficiente para retornar ao seu país.

    Segundo a empresária, as condições em seu país eram muito pior do que em Teerã. ‘Esta é uma sociedade machista e ainda mais conservadora. Tive que superar muitos desafios, principalmente para convencer às mulheres que elas poderiam trabalhar’, diz Fátima.

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    ‘No começo, os homens não aceitavam ficar sob meu comando e, por isso, tive que iniciar meu negócio ao lado dos meus filhos. Minha filha me ajuda nas tarefas administrativas na fábrica até hoje’, acrescenta.

    A determinação da empresária era tanta que a carpintaria estava ficando pequena perto de sua vontade de fazer mais, um fato que fez com que Fátima colocasse em prática diversos cursos de formação profissional, em processamento alimentício, alfaiataria, informática, carpintaria e estudo do alcorão para as viúvas da zona.

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    Ao ganhar a confiança dos aldeões, os homens começaram a pensar que se tratava de uma pessoa generosa e começaram a permitir que suas filhas trabalhassem na carpintaria, embora Fátima continue dando preferência às viúvas e esposas dos invalidados em guerra.

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    No Afeganistão, as viúvas da guerra, diante da falta do marido e de emprego, são obrigadas a desaparecer da sociedade e mendigar pelas ruas.

    ‘Minha paixão é ajudar essas mulheres a conseguir um emprego e conseguir segurança em suas vidas. Cada mulher tem um talento especial. Precisamos envolvê-las no mercado de trabalho e levar o país ao desenvolvimento e, por consequência, reduzir a violência’, afirma a empresária.

    ‘Aqui, eu prendi a fazer diferentes produtos; graças a isso posso manter minha família’, afirmou à Agência Efe Zahra Omid, de 45 anos, uma de suas empregadas.

    Na atualidade, o negócio proporciona uma garantia de subsistência para um punhado de pessoas em um país que foi destroçado por três décadas de guerra.

    Apesar de iniciar uma transformação em sua vila, a empresária aponta que teve que se sobrepor a falta de ajudas governamentais e que só conta com um programa de ajuda americano, que contribui com o projeto com US$ 2 mil. EFE

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