Execução do ministro da Defesa norte-coreano levanta dúvidas
Os primeiros indícios apontavam que Kim Jong-un havia mandado matar o desafeto com uma bateria antiaérea. Isolamento do país dificulta a confirmação de informações
Desde que o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-un chegou ao poder, em 2011,agências de inteligência estimam que 80 funcionários do regime comunista tenham sido condenados à morte por representar uma ameaça à centralização do poder em Pyongyang ou simplemente discordar das decisões de Kim.
Nesta semana, a agência de inteligência da Coreia do Sul divulgou que o ministro norte-coreano da Defesa, Hyon Yong-Chol, foi executado com armamento pesado por ter cochilado durante uma cerimônia oficial. Nesta sexta-feira, porém, surgiram dúvidas sobre os detalhes da execução.
Leia também:
Ditador da Coreia do Norte envenenou a própria tia, diz desertor
Relatório acusa Coreia do Norte de apoiar organizações terroristas
Coreia do Norte está desenvolvendo submarinos com mísseis nucleares, diz Seul
Fontes ligadas ao regime comunista haviam garantido ao serviço secreto da Coreia do Sul e à imprensa internacional que centenas de oficiais viram Hyon ser estraçalhado por uma arma de grosso calibre, usada em defesa antiaérea. Mas o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul voltou atrás em suas alegações, mantendo apenas que o ministro da Defesa foi destituído de seu cargo. ‘A morte do oficial ainda não pôde ser confirmada’, disse a agência de Seul ao jornal The Guardian.
De acordo com o jornal New York Times , Hyon pôde ser visto em vídeos de propaganda antigos que foram transmitidos durante esta semana. Eles mostravam imagens de Hyon ao lado de Kim. Como o ditador tem o costume de apagar seus expurgos dos registros oficiais – repetindo a estratégia do soviético Josef Stálin – as imagens podem ser um indício de que Hyon esteja vivo.
O jornal The Washington Post salientou que imagens de satélite divulgadas no dia 1 de maio mostravam um canhão antiaéreo mirando em alvos a uma curta distância. Ativistas especializados em monitorar a situação política da Coreia do Norte haviam chamado a atenção para o fato de os alvos serem “semelhantes” a corpos de pessoas amarradas.
(Da redação)