Ex-ministro de Chávez é preso na Espanha acusado de corrupção
Javier Alvarado Ochoa também responde por outros crimes na Espanha, Portugal e Andorra envolvendo a PDVSA
O venezuelano Javier Alvarado Ochoa, ex-ministro do governo de Hugo Chávez foi preso na Espanha, a pedido dos Estados Unidos. Ele é investigado por pagamento de suborno para a obtenção de contratos fraudulentos para a estatal petroleira PDVSA.
Alvarado atuou como ministro de Desenvolvimento Elétrico no governo de Chávez e foi presidente da extinta empresa Electricidad de Caracas. Detido em Madri na quinta-feira 9, nesta sexta-feira, 10, foi colocado à disposição da Justiça local, que avaliará o possível pedido de extradição.
As autoridades americanas investigam Alvarado por sua possível participação em “uma rede criminosa que obteve contratos fraudulentos para a PDVSA por meio do pagamento de centenas de milhões de dólares em subornos”. O ex-ministro chavista também responde por outros crimes na Espanha, em Portugal e em Andorra.
Na Espanha, as autoridades examinam acusações de lavagem de dinheiro e pagamento de suborno para funcionários públicos em nome da empresa de engenharia Duro Felguera. Alvarado vivia no país sob liberdade condicional.
Ele é investigado também pela Justiça de Andorra por lavagem de dinheiro para a PDVSA e, pelas autoridades portuguesas, por pagamento de suborno por meio do extinto Banco Espírito Santo para obter fundos para a petroleira estatal.
A prisão de Alvarado Ochoa acontece dias depois da detenção, também na Espanha, de outro antigo funcionário do alto escalão do regime de Chávez, o general Hugo Carvajal.
Ex-chefe da Divisão Geral de Inteligência Militar venezuelana, Carvajal foi detido sob a acusação de tráfico de drogas nos Estados Unidos, que emitiu uma ordem de extradição contra ele. Também é investigado por ligações com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A PDVSA está no centro de uma série de investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Em Porto Alegre, o Ministério Público Federal apura um esquema fraudulento que usava exportações de máquinas agrícolas brasileiras para lavar dinheiro. Parte dos recursos terminava em contas secretas na Suíça e, de lá, para offshores em nome de autoridades chavistas.
No centro do esquema estava a PDVSA Agrícola, um braço da gigante da petroleira que expandiu sua atuação para outros setores durante a presidência de Hugo Chávez.