Ex-líder do Sendero Luminoso é acusado de mil mortes
'Camarada Artemio' foi capturado no domingo após seis anos de perseguição
O “camarada Artemio”, último líder histórico do grupo terrorista peruano Sendero Luminoso capturado no último domingo, é responsável por cerca de mil mortes, afirmou nesta segunda-feira a Direção Contra o Terrorismo da Polícia do Peru. De acordo com o jornal El Comercio, a polícia antiterrorista atribui a Artemio, nome de guerra de Florindo Eleuterio Flores Hala, de 50 anos, assassinatos de policiais, militares e civis, e mais de 500 ações terroristas.
Preso em uma operação que envolveu policiais e militares, o líder terrorista foi localizado em um casebre no povoado de Yacusisa, no estado de San Martín, norte do Peru. Ele estava ferido a bala, após ter trocado tiros na quinta-feira passada com a polícia.
Uma versão, porém, atribui o ferimento aos próprios aliados de Artemio, que teriam tentado eliminá-lo para receber uma recompensa. Atualmente, o estado de saúde do líder do Sendero Luminoso é estável. Ele passou por uma operação no hospital da polícia, em Lima, segundo fontes policiais.
Prisão perpétua – O promotor José Peláez, responsável pelo caso, declarou no último domingo que pedirá prisão perpétua para o líder do Sendero Luminoso e anunciou que reunirá em 15 dias provas para incriminá-lo em atos terroristas e expor seus vínculos com o narcotráfico.
O trabalho policial de desarticulação da facção remanescente do Sendero Luminoso, que operava no vale do Alto Huallaga, no estado de San Martín, começou há seis anos. Segundo números da Comissão da Verdade peruana, durante a violência interna que o país viveu entre 1980 e 2000, morreram cerca de 70.000 pessoas e o principal responsável pelas mortes foi o grupo terrorista.
(Com agência EFE)