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Zona do euro tem contração histórica de 12,1% no segundo trimestre

Castigados pela Covid-19 e pela interrupção das atividades econômicas, Portugal, França, Espanha e Itália registram recessão recorde

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 10h34 - Publicado em 31 jul 2020, 09h25
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  • A economia da zona do euro registrou no segundo trimestre de 2020 uma queda histórica de 12,1% do Produto Interno Bruto (PIB), devido às medidas de confinamento adotadas para combater a propagação do novo coronavírus, anunciou nesta sexta-feira, 31, o Escritório Europeu de Estatísticas (Eurostat).

    Esta é “de longe a contração mais importante desde o início da série histórica em 1995”, destaca o Eurostat em um comunicado. A estimativa preliminar se baseia “em dados incompletos” e será objeto de revisões, indica a agência de estatísticas.

    Durante o primeiro trimestre de 2020, que marcou o início das medidas de confinamento, o PIB do bloco monetário registrou contração de 3,6%. No conjunto da União Europeia (UE), o PIB caiu 11,9% no segundo trimestre.

    Nesta sexta-feira foram divulgadas as quedas expressivas no segundo trimestre das economias da Itália (-12,4%), França (-13,8%) Portugal (-14,1%) e Espanha (-18,5%). Na véspera já haviam sido revelados os dados da Alemanha (-10,1%), Áustria (-10,7%) e Bélgica (-12,2%).

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    Bruxelas havia alertado no início de julho que os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 seriam “devastadores” para a zona do euro. A Comissão Europeia antecipa uma recessão sem precedentes em 2020 para o conjunto dos dezenove países que compartilham o euro, de -8,7%, antes de uma recuperação de +6,1% em 2021.

    A taxa de inflação na Eurozona aumentou levemente em julho, de acordo com a primeira estimativa anunciada nesta sexta-feira pelo Eurostat. O índice chegou a 0,4%, contra 0,3% em junho. O dado, no entanto, continua muito longe do objetivo do Banco Central Europeu (BCE), que deseja uma inflação “próxima mas inferior a 2%”.

    Em maio, a inflação no bloco foi de 0,1%. O resultado, porém, não foi o pior já registrado na zona do euro, que em janeiro de 2015 e em julho de 2009 teve índice de -0,6%, recordou uma fonte do Eurostat.

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    A inflação subjacente (sem considerar produtos particularmente voláteis como a energia, alimentos, bebidas alcoólicas e cigarro) foi de 1,2% em julho, contra 0,8% no mês anterior.

    Recessão recorde

    Com as quedas expressivas registradas no segundo trimestre de 2020, Itália, França, Espanha e Portugal entraram em recessão. O PIB italiano caiu 12,4% e com a queda sem precedentes, após a contração de 5,4% no primeiro trimestre, “registra o menor valor desde o primeiro trimestre de 1995”, segundo dados do governo.

    No primeiro semestre do ano, a economia italiana teve contração de 14,3%. A Itália, país mais afetado da Europa pela pandemia, impôs um confinamento drástico em março e abril que paralisou grande parte de sua atividade econômica.

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    A França também registrou um tombo histórico, de 13,8%. O dado representa uma queda recorde desde o início do cálculo da atividade econômica trimestral. O instituto revisou a queda do PIB no primeiro trimestre a -5,9%, contra -5,3% anunciado em um primeiro momento. O declínio da atividade no segundo foi, no entanto, inferior ao previsto por analistas e pelo próprio Insee, que projetavam um retrocesso de 17%.

    Já a Espanha entrou em recessão ao registrar uma queda expressiva de 18,5% do PIB na comparação com o trimestre anterior. Após a contração de 5,2% no primeiro trimestre, a quarta maior economia da Eurozona registra dois períodos consecutivos de queda, a definição técnica de uma recessão.

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    Portugal registrou queda de 14,1% no PIB e também entrou em recessão, pois no primeiro trimestre país computou contração de 3,8% em relação ao período anterior. Para o conjunto do ano de 2020, o governo prevê um retrocesso de 6,9% do PIB. Em 2021, Lisboa aposta em uma recuperação de 4,3%. O Banco de Portugal é um pouco mais pessimista e prevê para este ano um retrocesso do PIB de 9,5%.

    (Com AFP)

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