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Eurodeputados acusam Reino Unido de transformar Canal da Mancha em ‘lixão’

Parlamentares franceses pediram à Comissão Europeia que puna governo britânico por despejar esgoto no braço de mar e no Mar do Norte

Por Da Redação 25 ago 2022, 16h41

Três eurodeputados franceses acusaram o Reino Unido nesta quinta-feira, 25, de ameaçar a saúde humana, a vida marinha e a pesca ao liberar esgoto bruto no Canal da Mancha e no Mar do Norte. A reclamação oficial veio depois que dezenas de praias britânicas foram apontadas como um risco à saúde dos banhistas.

Os envolvidos na queixa são o presidente da comissão de pesca do Parlamento Europeu, Pierre Karleskind, a ex-ministra francesa da Europa, Nathalie Loiseau, e a conselheira regional da Normandia, Stéphanie Yon-Courtin, todos membros do grupo centrista Renew do Parlamento Europeu.

Em comunicado entregue ao comissário do Meio Ambiente, Virginijus Sinkevičius, eles pediram à Comissão Europeia que busque medidas “políticas e legais” para parar a poluição, acusando o governo britânico de abandonar as regulamentações ambientais internacionais.

Os três acusaram o Reino Unido de se exonerar das regras ambientais da União Europeia, salientando que, mesmo que o país não esteja mais vinculado às regras do bloco econômico, o governo assinou um acordo de comércio e cooperação como parte do tratado de saída. Além disso, os britânicos ainda eram signatários do direito do mar da ONU, uma carta sobre a proteção das águas.

“Apesar disso, o Reino Unido optou por reduzir seus padrões de qualidade da água. Isto é inaceitável e põe em causa os esforços envidados pelos Estados-Membros da UE nos últimos 20 anos. Ele está comprometido em preservar os mares que o cercam e que compartilhamos”, afirmaram. 

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No documento, os eurodeputados escreveram à comissão que “a decisão dos britânicos de reduzir seus padrões de qualidade de água é inaceitável e que medidas devem ser tomadas para impedir que eles continuem poluindo o Canal e o Mar do Norte”. 

“Tememos pelas consequências negativas na qualidade da água do mar que compartilhamos com aquele país e, consequentemente, na biodiversidade marinha, bem como nas fazendas de pesca e mariscos”, afirmaram.

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O sistema de esgoto britânico transporta água da chuva e águas residuais sujas de banheiros e cozinhas das residências do país nos mesmos canos que são endereçados às estações de tratamento. Durante as fortes chuvas, há inundações e, para evitar que o esgoto bruto encha as casas, estradas e outros espaços abertos, ele é despejado temporariamente nos mares e nos rios. 

No ano passado, a Southern Water, empresa privada responsável pelo tratamento das águas, foi multada em 90 milhões de libras por despejar bilhões de litros de esgoto não tratado no mar em West Sussex, Kent e Hampshire. Em janeiro, o jornal francês Le Monde informou sobre as preocupações de banhistas e pescadores de ostras sobre o despejo de esgoto bruto no mar em Whitstable.

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Em resposta, a Water UK, que representa a indústria de água no Reino Unido, disse estar ciente do problema e que as empresas concordam que há uma urgência de ação, que culminou no investimento de mais de três bilhões de libras para melhorar os transbordamentos como parte de um programa ambiental nacional mais amplo entre 2020 e 2025.

“Nossa Lei do Meio Ambiente, líder mundial, tornou nossas leis sobre a qualidade da água ainda mais fortes do que quando estávamos na UE. Ele estabelece novas metas legais, deveres e mecanismos de responsabilidade para deixar nosso meio ambiente em um estado melhor para as gerações futuras”, disse o ministro das Águas britânico, Steve Double. 

Ele completou dizendo que “comentários inúteis e mal informados como esse não devem distrair o trabalho que estamos fazendo para proteger ainda mais nossos rios e mar”, afirmando que uma série de medidas já foram tomadas para minimizar os impactos ambientais. 

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Além disso, por meio da mesma Lei do Meio Ambiente, o governo disse que irá anunciar já no próximo mês um plano para reduzir os transbordamentos causados pelas tempestades.

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