EUA planejam cortar fundos de programa da ONU para Palestina
Segundo jornal americano, Trump também vai pedir que reduza drasticamente o número de pessoas que se consideram refugiados palestinos no mundo todo
Os Estados Unidos anunciarão nas próximas semanas que decidiram cortar todos os fundos concedidos à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, sigla em inglês), o que pode afetar os serviços que essa entidade fornece a milhões de pessoas, informa nesta sexta-feira, 31, o jornal ‘The Washington Post’.
O governo de Donald Trump também planeja pedir que reduza drasticamente o número de pessoas que se consideram refugiados palestinos no mundo todo, com o objetivo de facilitar as negociações em seu plano de paz para Israel, que ainda não foi apresentado formalmente, segundo o jornal.
Essa redução, que busca apenas um décimo dos mais de 5 milhões de pessoas reconhecidas agora como refugiados, eliminaria para a maioria dos palestinos o chamado “direito ao retorno” para as terras disputadas com Israel.
Mas, além disso, a decisão de cortar os fundos à UNRWA – de que também informou nesta semana a revista “Foreign Policy”- iria piorar a situação humanitária em Gaza e poderia estimular mais violência, segundo especialistas.
No mês de janeiro, os EUA já cortaram boa parte das suas contribuições financeiras à UNRWA, de modo que este ano entregou apenas 65 milhões de dólares ao invés dos 360 milhões de dólares previstos, o que causou sérios problemas econômicos para a entidade manter seus serviços.
Cortar os fundos implicaria que esses 65 milhões de dólares seriam a última doação do governo Trump à UNRWA.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, não quis confirmar um possível corte à UNRWA e se limitou a indicar que os fundos para essa entidade ainda estavam “sob revisão”.
Mas na semana passada, o Departamento de Estado anunciou outro corte na ajuda aos palestinos, ao cancelar uma ajuda de 200 milhões de dólares destinados ao financiamento de programas humanitários em Gaza e Cisjordânia.
A relação entre o governo de Trump e as autoridades palestinas se deteriorou desde que o presidente americano reconheceu, em dezembro do ano passado, Jerusalém como capital israelense, reivindicada pela Palestina como sede administrativa e religiosa de seu futuro Estado.