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EUA e Reino Unido acusam China de esconder dados sobre início da pandemia

Documento cita falta de acesso a dados originais e completos, assim como amostras do vírus, durante visita de especialistas da OMS a Wuhan

Por Da Redação 30 mar 2021, 20h09

Os Estados Unidos e o Reino Unido criticaram nesta terça-feira, 30, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o início da pandemia do novo coronavírus na região chinesa de Wuhan. Segundo os dois países, o documento expõe a falta de transparência nas investigações, à medida que a missão internacional da organização enviada à China não teve acesso a dados originais completos, nem a amostras do vírus. Supostamente, os pesquisadores receberam apenas relatórios previamente preparados por especialistas chineses.

“Nós nos unimos para expressar nossa preocupação comum em relação ao recente estudo da OMS na China, enquanto reiteramos a importância de trabalharmos juntos para o desenvolvimento e uso de um processo rápido, eficaz, transparente, baseado na ciência e independente a ser usado em avaliações internacionais desse tipo de surtos no futuro”, afirmam os dois governos, em declaração assinada por mais outros 12 países.

A declaração conjunta foi distribuída pelo Departamento de Estado americano e, além do Reino Unido, é assinada também por Japão, Canadá, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Israel, Estônia, Letônia, Lituânia, Noruega, Coreia do Sul e Eslovênia.

O grupo evitou apontar o dedo diretamente à China, mas considerou essencial expressar suas preocupações comuns a respeito do que foi investigado pelos 17 cientistas da missão internacional da OMS que durante 28 dias visitaram a cidade de Wuhan, considerada o local de origem do vírus SARS-CoV-2.

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“Missões científicas como estas precisam ser capazes de realizar seu trabalho em condições que produzam recomendações e descobertas independentes e objetivas”, afirmaram os 14 países. Eles pediram para que as próximas fases do estudo sobre a origem do vírus sejam realizadas com transparência, rapidez e seguindo um processo baseado em evidências.

O documento também surge em um momento de dúvida explicitado pelo próprio chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. De acordo com ele, a investigação deixou a desejar em muitos aspectos, apontando para o fato de que os especialistas tiveram dificuldade para acessar informações durante a visita em janeiro.

Tedros afirmou ainda que a teoria de que o vírus tenha escapado de um laboratório continua sendo investigada, embora considere “extremamente improvável” como fonte da pandemia. O relatório, que há muito era aguardado, afirma que o vírus provavelmente teve origem em animais, sendo posteriormente transmitido para humanos.

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No documento, Peter Bem Embarek, um especialista da OMS em doenças transmitidas de animais para humanos e que liderou a missão a Wuhan, disse que não foi possível encontrar evidências por meio da rede de vigilância da China ou dados de mortalidade excessivos para casos do novo coronavírus emergentes antes de dezembro de 2019.  

“Analisamos os dados provenientes de diferentes sistemas de vigilância, observando casos de febre, pneumonia não especificada e síndromes respiratórias. (…) Analisamos também 76 mil casos de sintomas nos meses anteriores a dezembro para procurar eventuais casos de Covid não detectados, mas não encontramos nada”, disse em entrevista coletiva em Genebra. 

No entanto, Embarek acrescentou que ainda é possível que o vírus estivesse circulando antes de dezembro. Além disso, relatou também as preocupações de cientistas chineses em um laboratório de Wuhan que estuda o vírus. Segundo ele, os profissionais se mostraram inicialmente preocupados que ele pudesse ter escapado, mas acrescentou que não há evidências de que tenha havido um vazamento. 

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Apesar de estudar dados de amostras de um grande número de animais selvagens de criação, os pesquisadores não conseguiram encontrar evidências da Covid-19. Com tantas perguntas em aberto, o relatório serviu mais para encerrar algumas teorias do que de fato encontrar uma origem.

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