O jornalista equatoriano Emilio Palacio anunciou nesta quinta-feira que obteve asilo político nos Estados Unidos, para onde se transferiu, após ser condenado junto com outros diretores do jornal El Universo, a três anos de prisão e ao pagamento de 40 milhões de dólares devido a uma denúncia apresentada pelo presidente Rafael Correa.
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“A aprovação reflete o claro reconhecimento do governo dos EUA de que o senhor Palacio foi vítima de perseguição por parte do governo do Equador e de seu presidente Rafael Correa”, disse sua advogada, Sandra Grossman, em entrevista coletiva em Miami. Palacio acrescentou que a concessão do asilo foi dada em 17 de agosto, um dia depois do governo equatoriano oferecer asilo a Julian Assange, o fundador do site WikiLeaks.
O jornalista agradeceu ao governo americano não só pelo asilo, mas por ter demonstrado um ‘forte apoio à liberdade de expressão no Equador’. “Agradeço muito mais a isso do que a ajuda que me deram”, afirmou Palacio, que, assim como outros condenados do El Universo, foi ‘perdoado’ por Correa após recorrer de sua condenação e ganhar o processo na justiça.
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Segundo a advogada de Palacio, desde que Correa assumiu o poder, em 2007, seu cliente e muitos outros jornalistas equatorianos ‘foram vítimas de constantes insultos públicos, de queixas criminais apresentadas contra eles por parte do governo, do fechamento de meios de comunicação e da imposição de linhas editoriais oficiais’. Para Sandra, o Equador é um dos poucos países no hemisfério ocidental que ainda criminaliza ataques aos funcionários públicos por meio de leis de desacato.
Caso – Palacio e os diretores da publicação, os irmãos César, Carlos e Nicolás Pérez, foram condenados à prisão e ao pagamento de uma multa milionária devido a um artigo publicado em fevereiro de 2011. O jornalista afirmava nessa coluna que Correa havia ordenado abrir fogo contra um hospital cheio de civis durante uma revolta policial em 30 de setembro de 2010. Correa, ao tentar sufocar o protesto, ficou preso no hospital e só foi resgatado após uma operação militar que deixou três pessoas mortas.
(Com agência EFE)