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EUA acusam Rússia de financiar campanha de desinformação na América Latina

Segundo Departamento de Estado, investimento tem como objetivo difundir opiniões contrárias aos Estados Unidos, à Otan e à Ucrânia

Por Paula Freitas 8 nov 2023, 15h15

O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou na terça-feira, 7, a Rússia de financiar uma ampla campanha de desinformação na América Latina, por meio da imprensa de cada território, para fomentar a máquina de propaganda do Kremlin. Entre os países citados no comunicado estão Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Segundo o departamento, o investimento tem como objetivo difundir opiniões contrárias aos Estados Unidos e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar do Ocidente, bem como reduzir o apoio à Ucrânia, invadida por tropas russas em fevereiro do ano passado. A iniciativa de “manipulação” teria sido organizada pela Agência de Design Social (SDA), Instituto para o Desenvolvimento da Internet e a empresa Structura, supostamente auxiliadoras da promoção dos “interesses estratégicos da Rússia às custas de outros países”.

Em um documento, o Departamento de Estado americano também cita a Avaliação Anual de Ameaças da Comunidade de Inteligência dos EUA, divulgada neste ano. Na época, o relatório advertiu sobre as estratégias utilizadas por agentes do Kremlin, que se escondem “cada vez mais” e replicam mensagens através de um “vasto ecossistema de indivíduos, organizações e sites intermediários russos que parecem ser fontes de notícias independentes”.

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“Essas são empresas de “influence-for-hire” (compra de influência) com profunda capacidade técnica, experiência na exploração de ambientes de informação abertos e um histórico de proliferação de desinformação e propaganda a fim de promover os objetivos de influência externa da Rússia”, afirmou a nota.

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O governo dos EUA, inclusive, revela o nome de supostos agentes: Ilya Gambashidze, diretor da empresa russa de Relações Públicas Social Design Agency; Andrey Perla, diretor do projeto da SDA; Nikolay Tupikin, CEO da Structura; e Oleg Yasinskiy, jornalista pró-Rússia que utiliza o codinome “Yasinky”, apoiados pelo governo russo, presidido por Vladimir Putin. Eles se utilizariam da “divulgação de conteúdos falsos” e de “teorias da conspiração” para o sucesso da empreitada.

“Moscou semeia histórias originais ou amplifica discursos populares ou divisões pré-existentes, utilizando uma rede de agentes de meios de comunicação estatais, intermediários e influenciadores de mídias sociais e depois intensifica esse conteúdo a fim de penetrar ainda mais no ambiente de informação do Ocidente”, disse o texto.

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O departamento indica que um grupo de editores operaria em um país latino, sendo “muito provavelmente no Chile”, ao lado de cidadãos e de jornalistas locais. Na Rússia, por sua vez, uma equipe seria responsável por criar o conteúdo manipulado para enviar diretamente para os veículos de comunicação, como os jornais Pressenza e El Ciudadano.

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O complexo trabalho também contaria com a ajuda de editores falantes de espanhol, que atuam através de pseudônimos. A operação foca em temas relacionados à guerra na Ucrânia, buscando convencer a população de que a batalha é justa e que é possível de unir à Rússia para combater o neocolonialismo.

“Com efeito, esse processo de lavagem de informações faria com que o conteúdo pró-Kremlin criado na Rússia fosse ‘localizado’ pela equipe latino-americana com curadoria e publicado em mídias locais para parecer orgânico”, acrescenta.

“Há esforços coordenados entre embaixadas russas na América Latina e veículos de imprensa financiados pelo Estado para aumentar as mensagens pró-Kremlin, difundir narrativas anti-EUA e desenvolver parcerias entre os meios de comunicação estatais russos, veículos de comunicação e estações de rádio locais, embaixadas de outros países considerados pró-Moscou na região e jornalistas locais”, finaliza o informe.

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