A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, defendeu o direito das mulheres que acusaram Donald Trump de assédio sexual de “serem ouvidas”. A declaração da representante americana na ONU diz respeito a mais de uma dezena de casos relacionados ao atual chefe da Casa Branca que vieram à tona durante e após a corrida presidencial de 2016.
“Creio que qualquer mulher que tenha se sentido violada ou que tenha se sentido maltratada de alguma maneira tenha todo o direito de falar sobre isso”, disse Haley em entrevista neste domingo ao programa “Face the Nation”, da rede americana CBS, ao ser perguntada sobre a avaliação pública dos escândalos sexuais envolvendo Trump.
Para a chefe da diplomacia americana na ONU, cabe “às pessoas decidirem” se as acusações de assédio contra Trump foram resolvidas com a chegada do empresário à Casa Branca. “Eu sei que ele foi eleito, mas, sabe, as mulheres sempre devem se sentir confortáveis em se manifestar, e todos nós devemos estar dispostos a escutá-las”, pontuou Hailey, que disse se sentir “orgulhosa da força e da coragem” das mulheres responsáveis pelas denúncias que balançaram o establishment político e cultural dos Estados Unidos em tempos recentes.
Apenas na última semana, três políticos do alto escalão americano renunciaram em meio a escândalos sexuais. O senador Al Franken e o deputado John Conyers, ambos do Partido Democrata, e o deputado Trent Franks, do Partido Republicano, anunciaram a saída do cenário político depois de serem denunciados por assédio. Na conta dos republicanos, pende ainda o caso de Roy Moore, que concorre a uma vaga no Senado pelo estado do Alabama e é acusado de se encontrar com menores de idade no final dos anos 1970, quando ele tinha 32 anos.
O movimento #MeToo, eleito como ‘Personalidade do Ano’ pela revista Time em 2017, jogou luz na questão de crimes sexuais nos Estados Unidos em decorrência das denúncias contra o produtor de cinema Harvey Weinstein e outros grandes nomes de Hollywood. As declarações de Haley podem retomar antigos episódios envolvendo Trump e mulheres que o acusaram de assédio. O presidente declarou que todas as acusações são “invenções” e “fake news”.