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Em mais uma polêmica de Musk, Twitter bane contas de jornalistas

Ao todo, seis profissionais que já criticaram Elon Musk em algum momento tiveram suas contas excluídas sem maiores esclarecimentos

Por Matheus Deccache
Atualizado em 16 dez 2022, 13h33 - Publicado em 16 dez 2022, 10h59

O Twitter suspendeu a conta de meia dúzia de jornalistas nesta sexta-feira, 16, em mais uma polêmica envolvendo a rede social desde que foi adquirida pelo bilionário Elon Musk. Entre os banidos estão profissionais dos veículos americanos The New York Times, CNN e Washington Post. Os motivos não foram esclarecidos. 

As medidas ocorrem menos de dois dias depois do encerramento de mais de 25 contas que davam informações sobre voos de americanos ricos como Jeff Bezos, Bill Gates, Mark Zuckerberg e o próprio Elon Musk. A maioria delas era controlada pelo estudante universitário de 20 anos, Jack Sweeney, que usava dados disponíveis publicamente. 

Muitos dos jornalistas excluídos escreveram a respeito do banimento das contas relacionadas ao rastreamento dos voos e a maioria era crítica constante a Elon Musk e à aquisição do Twitter. 

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O histórico do dono do Twitter com Sweeney é antigo. Há um tempo, ele havia oferecido 5 mil dólares (26.500 reais) a Sweeney para acabar com as publicações, mas voltou atrás e disse que não parecia certo pagar pelo fechamento de uma conta.

No mês passado, após comprar a rede social, Musk prometeu que não excluiria a conta, mesmo que isso representasse um risco à sua segurança pessoal. No entanto, ele mudou de ideia depois de alegar que um carro onde seu filho viajava foi perseguido e parado por um “perseguidor maluco”. 

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“Qualquer conta que contenha informações de localização em tempo real de qualquer pessoa será suspensa, pois é uma violação de segurança física. Isso inclui postar links para sites com informações de localização em tempo real”, publicou. 

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Ao se tornar dono da plataforma, em outubro, o bilionário disse que prezaria pela liberdade de expressão e permitiria que mais pessoas participassem da praça pública virtual, chegando a permitir que ex-usuários, como o ex-presidente Donald Trump, voltassem à rede social. 

Ele disse também que iria formar um grupo de especialistas para aconselhá-lo a respeito de decisões políticas antes de tomar qualquer medida, mas isso ainda não aconteceu. Ao invés disso, ele dissolveu um grupo consultivo de confiança e segurança que orientava o Twitter em questões polêmicas, como assédio e exploração infantil. 

Reações negativas

O banimento dos jornalistas causou uma forte reação em toda a Europa. Nesta sexta-feira, a Alemanha alertou sobre o impacto da decisão na liberdade de imprensa, ao mesmo tempo que um funcionário de alto escalão da União Europeia disse que a rede social deve cumprir os requisitos do bloco ou enfrentar possíveis sanções. 

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“A liberdade de imprensa não pode ser ligada e desligada como você quiser. A partir de hoje, esses jornalistas não podem mais comentar ou criticar nossas ações. Temos um problema”, publicou o Ministério das Relações Exteriores alemão no Twitter. 

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Já a vice-presidente de valores e transparência da Comissão Europeia, Vera Jourova, disse que a “suspensão arbitrária” de jornalistas era “preocupante” e indicou que a empresa poderia enfrentar penalidades.

“A Lei dos Serviços Digitais da União Europeia exige o respeito pela liberdade de imprensa e pelos direitos fundamentais. Isso é reforçado sob nosso estatuto de liberdade e Musk deveria estar ciente disso. Existem limites, e sanções poderão ser aplicadas em breve”, declarou.

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