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Em 10ª missão, Aquarius resgata 141 imigrantes no Mediterrâneo

Navio humanitário ainda não tem autorização para desembarcar os refugiados africanos na Europa

Por Da Redação
10 ago 2018, 19h06

O navio humanitário Aquarius resgatou hoje (10) 141 imigrantes que estavam à deriva no Mediterrâneo em barcos de madeira lotados na costa da Líbia. Estou foi sua primeira missão desde o emblemático episódio da recusa da Itália e Malta em receber imigrantes que resgatara do mar e acolhera a bordo, em junho.

A guarda costeira da Líbia foi informada sobre o resgate, escreveu o comandante do Aquarius no diário de bordo. O navio partira na semana passada para sua 10ª missão neste ano, depois de uma pausa de dois meses.

Dirigido pela instituição franco-alemã SOS Mediterranee e Médicos Sem Fronteiras (MSF), o Aquarius resgatou 25 imigrantes, incluindo seis mulheres, de um pequeno barco de madeira a cerca de 25 milhas náuticas da costa da Líbia.

As condições estavam calmas, e o céu, aberto nesta sexta-feira. Mas, sobrecarregado por muitos passageiros, o barco flutuava pouco acima da linha d’água. Os que estavam a bordo pareciam tensos e preocupados quando os socorristas se aproximaram, entregaram-lhes coletes salva-vidas e os ajudaram a subir no navio humanitário.

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Mais tarde, outros 116 imigrantes foram retirados de um segundo barco de madeira na mesma área, incluindo 38 mulheres e 73 passageiros menores de 18 anos de idade. Ambos os barcos tinham sido avistados da ponte de comando do Aquarius.

O Aquarius ainda não tem autorização de nenhum porto para desembarcar os resgatados nesta sexta-feira. De acordo com a lei internacional, os refugiados não podem ser colocados de volta em perigo após serem salvos no mar.  A tripulação deixou claro que não devolveria imigrantes para a Líbia, que não é considerado um país seguro para imigrantes pelas Nações Unidas e pela União Europeia.

“O Aquarius está agora à espera de instruções do centro de coordenação de resgate líbio”, menciona o diário digital do navio.

Emigrantes já com coletes salva-vidas e prontos para embarcar no Aquarius – 10/08/2018 (Guglielmo Mangiapane/Reuters)

Embora as fugas da Líbia tenham caído drasticamente este ano, traficantes humanos ainda levam alguns barcos para o mar e estima-se que 720 pessoas morreram em junho e julho, quando os navios humanitários não estavam em serviço, estima a Anistia Internacional.

Quando a Itália e Malta se recusaram a receber o Aquarius, em junho, o navio ficou à deriva por nove dias até receber autorização para desembarcar os imigrantes na Espanha. A questão salgou a disputa dentro da União Europeia sobre a política comum para imigração e as tensões políticas entre a França, crítica da postura de Roma de negar o ingresso aos refugiados, e a Itália.

O novo governo da Itália, que assumiu o poder em junho, recusa-se a receber imigrantes resgatados por navios humanitários e os acusa de atuar como um “serviço de táxi”. Roma insiste que seus parceiros da União Europeia devam arcar com um número maior de imigrantes. Mais de 650.000 imigrantes chegaram em seu litoral  desde 2014.

“Em sua insensível recusa em permitir que refugiados e imigrantes desembarquem em seus portos, a Itália está usando vidas humanas como barganha”, disse Matteo de Bellis, da Anistia Internacional, na quarta-feira, condenando as políticas europeias o Mediterrâneo central.

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Devido à pressão da Itália e de Malta, a maioria dos navios humanitários não está mais patrulhando a costa da Líbia.

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