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Navio Aquarius atraca na Espanha com 630 imigrantes

Comboio de resgate esperou três dias à deriva enquanto países europeus rejeitavam receber os refugiados e se digladiavam entre si

Por Da Redação
18 jun 2018, 12h36

O Aquarius e os outros dois navios com 630 refugiados a bordo atracaram no domingo (17) no porto de Valência na Espanha, encerrando um episódio dramático. Durante uma semana, esses imigrantes da África resgatados no Mar Mediterrâneo viraram peões na disputa interna da União Europeia em torno de políticas de acolhimento a refugiados.

O barco da guarda costeira italiana Dattilo foi o primeiro das três embarcações a alcançar terra, pouco antes das 7h (horário de Madri).

Operado pelos grupos de assistência humanitária SOS Mar Mediterrâneo e Médicos Sem Fronteiras (MSF), o navio Aquarius, que deu nome ao comboio, ficou preso nas imediações da costa da Sicília, na Itália, por 72 horas, quando o novo governo populista do país se negou a lhe dar permissão para atracar em seus portos e demandou que Malta fizesse o mesmo. Malta se recusou.

Após dias de discussões sobre minúcias entre autoridades europeias e escassez de água e alimentos no Aquarius, o novo governo socialista da Espanha se apresentou e concordou com a entrada ao barco de resgate para evitar uma “catástrofe humanitária”. A jornada de 1.500 km pelo Mediterrâneo, da Sicília a Valência, demorou quase uma semana.

Os imigrantes foram recebidos por trabalhadores de saúde, voluntários da Cruz Vermelha e psicólogos. Cada um foi designado a um tradutor e autoridades trabalharam para esclarecer suas identidades antes de enviá-los a centros de recepção.

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O funcionário de emergência da cidade de Valencia, Jorge Suarez, disse que os exames de saúde dos 130 imigrantes do barco Dattilo não revelaram problemas sérios. Mas muitos passageiros mostraram sinais de exposição a altas temperaturas no mar.

Pedidos de asilo

Os imigrantes assinaram seus pedidos de asilo nesta segunda-feira (18) e alguns apresentaram sua intenção de ir para a França, depois que o governo francês também se ofereceu para acolhê-los. Esses pedidos permitem que os imigrantes possam permanecer por 45 dias, de forma extraordinária e devido a razões humanitárias, em território espanhol. As autoridades espanholas estão examinando os imigrantes caso a caso para verificar quem preenche os requisitos de asilo.

“Ontem, (os imigrantes) fizeram pedidos de asilo, que agora devem ser formalizados para que depois (eles) passem por uma entrevista especial com a Polícia Nacional e sejam assessorados por um advogado”, informou à agência EFE Ester Sanchis, da Ordem dos Advogados de Valência (ICAV, na sigla em espanhol).

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Após tomar conhecimento da chegada dos imigrantes do Aquarius, a Ordem dos Advogados de Valência fez um pedido aos seus associados para que colaborassem na assessoria jurídica. A entidade  ofereceu 70 profissionais especializados em imigração para dar atendimento aos imigrantes no porto.

A assessoria jurídica foi feita com grupos de aproximadamente dez pessoas, e não em caráter individual, para “agilizar o processo e para que estas pessoas não sofressem mais do que já sofreram”, disse Ester Sanchis.

Ao assinarem o pedido asilo, os imigrantes “já não podem ser expulsos”. Por isso, não podem ser levados a um Centro de Internamento de Estrangeiros (CIE).

(Com Estadão Conteúdo e EFE)

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