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Eleição foi fraudada, apontam observadores internacionais

Pleito que deu a vitória a Vladimir Putin foi moldado, desde o início, para garantir tal resultado, conclui a OSCE. Oposição convoca protestos generalizados

Por Da Redação
5 mar 2012, 07h46
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  • O pleito que resultou na vitória de Vladimir Putin foi claramente fraudado para dar vantagem ao ex-presidente e atual primeiro-ministro russo, concluíram nesta segunda-feira os observadores eleitorais da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE). Com mais de 99% das urnas apuradas, os resultados indicam a vitória de Putin com pelo menos 63% dos votos. De acordo com o relatório da OSCE, o resultado desta eleição “nunca esteve em dúvida” para o premiê, que vai ocupar a presidência russa pela terceira vez.

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    Enquanto Putin celebra sua questionadíssima vitória, a oposição organiza protestos generalizados nesta segunda-feira. “Obrigado a todos que disseram ‘sim’ à Grande Rússia”, gritou Putin com lágrimas nos olhos perante dezenas de milhares de partidários, reunidos a dezenas de metros das muralhas do Kremlin. “Vencemos!”, gritou no meio das aclamações de seus jovens seguidores.

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    Com este resultado, Putin, que já exerceu o cargo de presidente entre 2000 e 2008, seria o ganhador do pleito no primeiro turno. “Não haverá segundo turno. Esta vitória estava clara há dois ou três meses”, disse o cineasta Stanislav Govorujin, chefe de campanha de Putin, em declarações ao vivo pela televisão logo após os primeiros resultados serem divulgados.

    O líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Ziuganov, foi o segundo candidato mais votado, com 17,14%, segundo os dados da CEC. O terceiro lugar corresponde ao multimilionário Mikhail Prokhorov (7,47%), considerado uma das grandes surpresas da campanha presidencial russa ao se tratar de um candidato sem experiência política.

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    O ultranacionalista Vladimir Jirinovski, que participou de várias votações presidenciais nos últimos 20 anos, é quarto, com 6,24% dos sufrágios. O social-democrata Sergei Mironov, antigo presidente do Senado, é quinto e último com 3,80% dos votos emitidos.

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    Poucos minutos após se saber os primeiros resultados oficiais, o líder comunista negou a legitimidade destas eleições, que o chefe da campanha de Putin considerou “as mais limpas de toda a história da Rússia”. “Não vejo o sentido de felicitar ninguém. Com estas eleições perdemos todos. Limparam os pés com nossos cidadãos”, proclamou Ziuganov. Ele acrescentou que ‘como candidato’, não pode ‘reconhecer o pleito realizado como limpo, justo nem honesto’. “A enorme máquina estatal, criminosa e corrupta, trabalhou a favor de um só candidato”, disse o líder comunista em alusão a Putin.

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    No domingo, a ONG Golos, defensora do direito ao voto e da lisura do processo eleitoral, denunciou mais de 3.000 irregularidades nas eleições presidenciais da Rússia. Conforme o site da organização, uma das violações mais frequentes da lei eleitoral desse país é a pressão sobre os funcionários públicos: a associação estima em 560 os casos dessa natureza.

    A organização detectou também 176 usos fraudulentos de cédulas de votação, a utilização de documentos que permitem a votação a pessoas que não estão recenseadas no distrito eleitoral onde vivem, além de 162 casos de alteração do regime de funcionamento dos colégios eleitorais.

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    Em 164 ocasiões, segundo a Golos, foram desrespeitados os direitos dos observadores e jornalistas que se dirigiram aos colégios para exercerem seu trabalho e denunciadas outras 222 violações das normas sobre a propaganda e publicidade eleitoral.

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    Em seu comunicado, a OSCE afirma que nunca houve real concorrência para Putin na Rússia e que o governo utilizou-se de sua força para eleger o premiê. “O demais candidatos que tentaram fazer campanha livremente tiveram graves problemas e as condições eleitorais foram claramente enviesadas para favorecer Putin”, diz a nota.

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    Leia na coluna de Caio Blinder:

    Putin rima com democracia de festim, rima com butim. O homem forte que voltará à presidência russa sem nunca ter deixado o poder pratica uma pilhagem das esperanças de renovação, com sua vitória no primeiro turno das eleições no domingo. Putin preside um sistema personalizado, não apenas corrupto, mas cada vez mais anacrônico. É inconcebível que o projeto Putin sobreviva a longo prazo (a idéia é na sequência mais um mandato de seis anos). Se isto se concretizar, Putin ficará no poder até 2024, em um padrão stalinista de tempo de serviço. Está bem, não vou exagerar na rima de Putin com Stálin.

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