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Degelo nos Alpes suíços revela corpo de alpinista desaparecido desde 1986

Descoberta dos restos mortais de um alemão é consequência direta do aquecimento global

Por Da Redação
Atualizado em 28 jul 2023, 18h48 - Publicado em 28 jul 2023, 18h44

O derretimento das geleiras e dos Alpes suíços, decorrente das mudanças climáticas, revelou no início deste mês os restos mortais de um alpinista. Nesta sexta-feira, 28, autoridades confirmaram que o corpo encontrado em uma geleira próxima à famosa montanha suíça Matterhorn é de um alemão desaparecido há quase 40 anos.

Um grupo de alpinistas atravessava a geleira Theodul no início de julho quando cruzou com as botas e os equipamentos do alemão. Visto pela última vez em 1986, o homem, que não teve sua identidade divulgada, tinha 38 anos na época do desaparecimento. Autoridades locais afirmaram que uma longa operação de busca e resgate foi realizada na época, mas que nenhum rastro do homem foi localizado.

O aquecimento global, sentido na pele com a onda de calor na Europa, Estados Unidos, Canadá e China nas últimas semanas, provoca também o recuo dos Alpes e das grandes massas de gelo na divisa entre Itália e Suíça. O encolhimento progressivo tem sido, inclusive, fonte de dor de cabeça para os governos vizinhos, que perderam a referência geológica de suas fronteiras.

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O chalé italiano Rifugio Guide del Cervino, popular entre esquiadores, foi um dos afetados pelo derretimento. Com as mudanças nas geleiras, o estabelecimento foi deslocado para o território da Suíça, levando a negociações entre representantes dos países para redesenhar as divisas.

Atualmente separadas, as geleiras Theodul e Gorner também eram conectadas até a década de 1980, quando começaram a sentir os primeiros reflexos do aquecimento global.

As mudanças climáticas levaram a sucessivos surgimentos de corpos antes submersos em densas camadas de neve. Em 2014, os restos mortais do alpinista britânico Jonathan Conville foram encontrados por um piloto de helicóptero no cume de Matterhorn. Ele estava desaparecido desde 1979.

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No ano seguinte, os corpos dois esportistas japoneses, sumidos após uma tempestade de gelo desde 1970, também foram identificados. Em 2022, os destroços de um avião que caiu em 1968 surgiram na geleira Aletsch.

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Apesar das descobertas trazerem conforto para os familiares das vítimas, o degelo pode provocar sérias consequências ambientais para o continente europeu. Com o fim do inverno, parte do gelo é transformada em água, que enche alguns rios pelo caminho, como o Reno e o Danúbio, e rega plantações. Nesse processo, usinas nucleares também são beneficiadas pelo resfriamento proporcionado por essas águas.

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A alteração pode provocar secas nos rios que transportam cargas da Holanda com destino à Suíça, por exemplo. A morte de peixes também é um dos efeitos, já que as águas tendem a esquentar. Este mês de julho foi um dos mais quentes e secos da história do país, acompanhando os Estados Unidos. A onda de calor, que perdurará até agosto, pode impactar o futuro das geleiras.

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