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Cuba denuncia rede de tráfico humano para recrutamento militar na Rússia

Cidadãos cubanos teriam sido coagidos a lutar na Ucrânia, segundo Havana

Por Da Redação
5 set 2023, 11h10

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba denunciou na segunda-feira, 4, uma rede de tráfico de pessoas que coagiu seus cidadãos a lutarem pela Rússia na guerra na Ucrânia. Em nota, a pasta disse que autoridades estão trabalhando para “neutralizar e desmantelar” o grupo, que opera tanto dentro do país quanto na Rússia.

“O Ministério do Interior (…) está trabalhando na neutralização e no desmantelamento de uma rede de tráfico de pessoas que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos que vivem lá, e até mesmo alguns de Cuba, nas forças militares que participam em operações de guerra na Ucrânia”, diz o documento publicado pela Chancelaria cubana.

Procurado pela agência de notícias Reuters, o governo da Rússia e representantes russos não comentaram as acusações.

Em meio às baixas sofridas na guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado com a invasão russa ao país vizinho, Moscou anunciou um plano para aumentar o tamanho de suas Forças Armadas em mais de 30%, chegando a 1,5 milhão de militares prontos para combate.

Sob o plano, muitos cidadãos estrangeiros residentes na Rússia aceitaram lutar na guerra em troca de cidadania russa. Em maio, um jornal russo da cidade de Ryazan relatou que era o caso de diversos cubanos que foram enviados à Ucrânia pra combates.

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No entanto, o governo de Cuba afirma que já está processando casos nos quais cidadãos foram coagidos a lutar na guerra e, segundo o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, será usada “a força da lei”.

“Tentativas desta natureza foram neutralizadas e foram iniciados processos criminais contra pessoas envolvidas nestas atividades”, diz o documento publicado na segunda-feira.

Embora seja aliado da Rússia, o governo cubano ressalta que não quer se envolver na guerra na Ucrânia, à medida que já sofre com sanções ocidentais. Em julho, Havana foi criticada por supostamente receber ordens da Rússia, depois de o país se ter oposto veementemente a certas palavras que condenavam a Rússia numa declaração conjunta UE-América Latina sobre a agressão de Moscou à Ucrânia.

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