A legislação da Argentina prevê que o presidente tem direito de interromper a programação televisiva para discursar em ocasiões excepcionais. A palavra “excepcional”, no entanto, parece ter um significado peculiar para Cristina Kirchner. Na noite de segunda-feira, ela fez uso deste “direito” pela 17ª vez no ano. Seu discurso, realizado em ocasião do ‘Dia da Indústria’, durou uma hora e cinco minutos, no horário mais caro e de maior audiência da televisão local.
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O jornal La Nación publicou que, pouco depois de Cristina entrar no ar, panelaços – manifestação bastante popular no país – foram registrados em bairros portenhos como Belgrano, Palermo e Recoleta, entre outros. Os manifestantes se diziam descontentes por perder a programação em razão de um capricho de Cristina.
O El Clarín destacou que, “nesta noite, aumentaram muitíssimo os questionamentos (à presidente), inclusive entre vários famosos simpatizantes K (kirchnerista). Estavam irritados porque, desta vez, Cristina não lhes deixou ver seus programas de TV prediletos”.
O periódico ainda apontou que, neste ano, Cristina falou por 14 horas, 19 minutos e 23 segundos em cadeia nacional. Em 11 de março, em seu discurso mais longo, ela esteve mais de três horas no ar. Sua mensagem mais curta, proferida em julho, durou 15 minutos.