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Coronavírus: Suécia admite que deveria ter adotado medidas mais duras

Elogiado por Bolsonaro, país adotou isolamento vertical como estratégia, mas é o que mais registra casos e mortes na Escandinávia

Por Redação
Atualizado em 3 jun 2020, 17h35 - Publicado em 3 jun 2020, 12h18
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  • A Suécia admitiu nesta quarta-feira, 3, que as medidas para prevenir a propagação do novo coronavírus adotadas pelo governo deveriam ter sido mais rígidas. Nesta quarta, o país contabiliza 40.803 casos registrados, mais que o dobro das nações nórdicas vizinhas combinadas, que implementaram ações de isolamento mais duras.

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    “Se nós encontrássemos a mesma doença, com exatamente o que nós sabemos hoje, acredito que ficaríamos em um meio termo entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez”, disse Anders Tegnell, principal epidemiologista do Estado e elaborador das medidas de isolamento vertical do país, durante uma entrevista para a rádio Sveriges.

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    Pressionados pela oposição no Parlamento, a coalizão de centro-esquerda liderada pelo primeiro-ministro Stefan Lofven anunciou na segunda-feira 1 será aberta uma investigação sobre as respostas que o país deu à pandemia, uma vez que Dinamarca, Finlândia e a Noruega registraram, juntas, ‭27.137‬ casos e ‭1.138‬ mortes – a Suécia tem 4.542 óbitos. Sozinha, a Dinamarca conduziu mais que o dobro de exames para a Covid-19. Como resposta, a Suécia foi excluída da reabertura das fronteiras de seus vizinhos.

    Por meses, a Suécia implantou um sistema em que mantinha as escolas, empresas e espaços públicos abertos, enquanto apostava na conscientização da população quanto à higiene pessoal e ao distanciamento social. Durante a entrevista, Tegnell defendeu o modelo e disse que sempre há espaço para melhorá-lo.

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    A abordagem sueca para a pandemia foi elogiada por líderes ao redor do mundo, que logo mudaram de ideia quando viram os números de mortes subir exponencialmente em seus países. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tentou aplicar o isolamento vertical no início da crise, mas as cifras galopantes o fizeram mudar de ideia – ele próprio teve que ser internado numa UTI após ter contraído o vírus.

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    No Brasil, o modelo é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que destoa de tons adotados pelos governadores da maioria dos estados brasileiros. Bolsonaro demonstrou publicamente sua oposição a paralisação da atividade econômica com o objetivo de achatar a curva de contaminação.

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    “Se depender do governo federal, fica tudo aberto com isolamento vertical e ponto final. Os governadores assumiram cada um a sua responsabilidade, houve uma concorrência entre muitos para ver o que fechava mais, quem defendia mais a vida do teu eleitor, do cidadão do teu estado em relação aos outros. O governo federal nunca foi óbice. Se depender de mim, quase nada teria sido fechado, a exemplo da Suécia”, afirmou Bolsonaro em 14 de maio, durante reunião com empresários. Mesmo com políticas mais rígidas em algumas regiões, o Brasil se tornou o segundo país mais afetado pela pandemia no mundo, com 555.383 casos e 31.199 mortes.

    Um dos argumentos ao adotar uma “sociedade mais aberta” na Suécia durante a crise era o de também proteger setores da economia. No entanto, segundo a ministra das Finanças, Magdalena Andersson, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 do país irá se contrair em 4%, enquanto a média global será em torno de 3%, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Já de acordo com os dados mais recentes da OCDE, a Suécia conseguiu manter uma taxa de desemprego estável no primeiro trimestre de 2020, em torno dos 7%.

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