Coreia do Norte está desenvolvendo submarinos com mísseis nucleares, diz Seul
Segundo informações do serviço de inteligência do Sul, pesquisas começaram há três anos. EUA temem que a ditadura possa vender armas nucleares para o Irã ou para a Síria
Por Da Redação
11 Maio 2015, 07h50
A Coreia do Norte parece estar trabalhando para criar, entre quatro e cinco anos, um submarino capaz de atirar mísseis balísticos nucleares, disse um oficial sul-coreano esta segunda-feira. Se for verdade, o artefato pode significar uma nova ameaça para a Coreia do Sul e seus aliados asiáticos na região. As capacidades navais e militares norte-coreanas voltaram ao foco após a mídia estatal de Pyongyang ter divulgado no final de semana que a Marinha realizou o primeiro teste bem-sucedido de um míssil balístico lançado de um navio. O ditador norte-coreano Kim Jong-un comandou pessoalmente o lançamento e expressou sua satisfação quando o míssil “subiu para o céu saindo das profundezas do oceano” completando assim o exercício de forma satisfatória, segundo relatou a agência estatal KCNA. De acordo com a inteligência sul-coreana, as pesquisas do país vizinho começaram em 2012, e um teste similar foi feito há alguns anos.
“O teste do míssil norte-coreano, anunciado no sábado e executado a partir de uma localização e em uma data não divulgadas, é um fato muito grave e preocupante”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa de Seul em entrevista coletiva. A Coreia do Norte utiliza uma frota ultrapassada de submarinos soviéticos. Imagens de satélite do ano passado mostraram, no entanto, um novo submarino mais moderno, da classe Simpo. Acredita-se que este novo modelo foi utilizado no último teste realizado por Pyongyang.
Segundo o jornal The New York Times (NYT), o governo americano suspeita que Kim Jong-un possa ter aproveitado o período em que Washington se concentrou na negociação de um acordo sobre o programa nuclear do Irã para melhorar seu próprio arsenal atômico. Fotos de satélite tiradas em 2013 mostravam que a principal usina do país, em Yongbyon, havia sido ampliada. Há um consenso entre os americanos de que Pyongyang possui uma dúzia de ogivas nucleares e está disposto a aumentar este número para vinte até o final do ano que vem, relata o NYT.
O receio de Seul não estaria relacionado a um possível ataque nuclear de Pyongyang contra o país ou o Japão, uma vez que a própria ditadura norte-coreana sabe que seria dizimada em seguida. Estrategistas sul-coreanos e americanos estão preocupados, na verdade, com a possibilidade de Kim Jong-un ter à disposição um arsenal tão volumoso que torne possível a venda de urânio altamente enriquecido para outras nações. É do conhecimento da inteligência ocidental que mísseis e outras tecnologias norte-coreanas já foram comercializados com Irã, Paquistão e Síria.
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(Da redação)
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