Coreia do Norte disponibilizará internet móvel – só para estrangeiros
Norte-coreanos só têm acesso a um pequeno número de páginas controladas pelo governo
A operadora de telefonia móvel norte-coreana Koryolink planeja lançar um serviço de internet móvel 3G no país, afirmou nesta sexta-feira a BBC. O serviço, porém, será disponibilizado apenas a estrangeiros, sejam turistas ou residentes. Os norte-coreanos não terão acesso. O serviço deverá entrar em funcionamento em março.
Apesar de a Coreia do Norte ter tecnologia de banda larga, apenas um pequeno grupo da população tem autorização para acessar a internet. Um especialista no país disse à BBC que o sistema foi criado para ser controlado e derrubado quando o governo julgar conveniente. No caso do 3G, os norte-coreanos poderão acessar apenas alguns serviços, incluindo mensagens e um jornal estatal, mas não a internet global.
A companhia de telecomunicação egípcia Orascom, parceira da Koryolink, estima que um milhão de norte-coreanos usam telefones celulares. A empresa lançou uma rede de telefonia 3G na Coreia do Norte em 2008, mas os usuários só podem realizar chamadas locais, não tendo acesso à internet. Ligações internacionais, inclusive para a Coreia do Sul, são proibidas.
Além disso, os aparelhos Huawei, fabricados na China e vendidos pela Koryolink não são baratos. O modelo mais básico custa cerca de 150 dólares. Mesmo assim, os celulares se tornaram um objeto de desejo não apenas para a elite de Pyongyang, mas também para a classe média, em cidades como Kaesong e Wonsan, destaca a agência Associated Press.
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Em janeiro deste ano, o governo norte-coreano passou a permitir que estrangeiros entrem no país com seus próprios celulares – com o uso de chips da Koryolink. A regra anterior exigia que os aparelhos fossem deixados na alfândega.
Após uma visita a Pyongyang no início de 2013, o presidente do Google, Eric Schmidt, criticou o isolamento do país, e disse que a decisão norte-coreana de restringir e controlar o acesso a internet dificultará o crescimento econômico da nação. Para Schmidt, a liberação de internet móvel seria muito fácil com o serviço já existente.
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