Contra reforma da Previdência, sindicatos bloqueiam refinarias da França
Com objetivo de causar escassez de combustível nos postos de gasolina, petroleiros somam-se aos grevistas dos transportes públicos
Sindicatos de petroleiros bloquearam várias refinarias na França nesta terça-feira, 7, para pressionar o governo a retirar seu projeto de reforma da Previdência. O objetivo era impedir a chegada de combustível em postos de gasolina.
Os trabalhadores das refinarias da Exxon Mobil France em Port Jerome e em Fos iniciaram uma greve de quatro dias, informou a Confederação Geral do Trabalho (CGT). A primeira funciona normalmente, mas a segunda, responsável por cerca de 10% da produção francesa, foi bloqueada.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, disse que o país não corre risco de escassez de combustível e que a polícia garantirá que os estoques de petróleo não sejam bloqueados.
“As pessoas têm o direito de greve, mas não têm o direito de bloquear as refinarias”, disse, referindo-se aos piquetes dos trabalhadores para obstruir os portões da unidade.
Philippe disse que estava aberto a discutir mudanças na idade média de aposentadoria com os sindicatos, um dos principais pontos polêmicos dos planos de reforma previdenciária que desencadearam protestos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o país não enfrentará problemas com postos de gasolina. Os suprimentos são garantidos por uma rede separada de 200 depósitos, com estoques correspondentes a mais de três meses de consumo de combustível.
Um porta-voz da UFIP, da indústria petroleira francesa, disse que em todo o país apenas 155 dos 11.000 postos de gasolina – cerca de 1,5% – sofreram escassez de alguns produtos.
Há um mês a França vive protestos e uma greve nos transportes públicos, a mais longa desde 1967, contra a reforma da Previdência. Mesmo assim, o governo ainda não mostrou qualquer sinal de voltar atrás e retirar seus planos.