Confrontos no Chile deixam 228 detidos e 22 feridos
'Dia do Jovem Combatente' lembra assassinatos da ditadura de Pinochet
Manifestações no “Dia do Jovem Combatente” terminaram com um registro de 228 detidos e 22 feridos na madrugada desta sexta-feira em Santiago e em outras cidades do Chile. A data lembra o assassinato de dois jovens, Rafael e Eduardo Vergara Toledo, no dia 29 de março de 1985, durante a ditadura militar de Augusto Pinochet.
As informações foram dadas pelo ministro interino do Interior, Rodrigo Ubilla, em uma coletiva de imprensa, onde forneceu um registro final dos incidentes ocorridos na noite de quinta-feira e na madrugada desta sexta. Dos 22 feridos, nenhum está em estado grave. Sete são carabineiros e 15 civis, acrescentou Ubilla.
A data desencadeia tradicionalmente atos de violência, principalmente na cidade de Villa Francia, em Santiago, onde os dois jovens morreram e onde neste ano foram registrados os distúrbios mais violentos entre policiais e jovens encapuzados, que dispararam armas de fogo e lançaram bombas incendiárias. Agentes da polícia responderam com bombas de gás lacrimogêneo e com carros lança-água.
Os distúrbios se repetiram em ao menos outras quatro localidades da capital chilena e em outras cidades, como Valparaíso, Concepción e Lota, onde os manifestantes instalaram barricadas e houve cortes de energia elétrica. Segundo Ubilla, em comparação com anos anteriores, quinta-feira foi “de menor violência e de menor convocação de pessoas”.
Porém, o ministro chamou a atenção das autoridades para a grande presença de menores de idade, entre os 15 e os 17 anos, portando armas de fogo. Na quinta-feira, centenas de encapuzados enfrentaram a polícia chilena nos arredores da Universidade de Santiago, em incidentes que se estenderam por mais de duas horas, após os quais a polícia reportou 56 detidos.
(Com agência France-Presse)