A comissão formada pela ONU para apurar os crimes de guerra e as violações dos direitos humanos na Líbia não identificou as causas da morte do ex-ditador Muamar Kadafi e de seu filho Muatasim. A Comissão Internacional de Investigação sobre a Líbia concluiu em um relatório publicado nesta sexta-feira que o tirano e seu filho, capturados no dia 20 de outubro por combatentes rebeldes de Misrata, morreram em “circunstâncias não esclarecidas”.
Entenda o caso
- • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
- • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
- • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
- • A caçada ao tirano terminou em 20 de outubro, quando ele foi morto por rebeldes em sua cidade-natal, Sirte. Um mês depois, seu filho e herdeiro político Saif al Islam foi capturado durante tentativa de fuga.
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“Mesmo feridos, ambos estavam vivos após a captura. Morreram quando foram ficaram sob a custódia dos thowars (combatentes revolucionários)”, indicou o relatório. A comissão acrescentou que, com isso, não pôde verificar se a morte de Muamar Kadafi tenha sido fruto de um ato ilegal. Investigações complementares foram pedidas.
De acordo com o texto, as autoridades líbias negaram acesso ao relatório da necropsia de Kadafi. O relatório acrescenta que o médico da equipe não pôde se basear apenas em fotos para chegar à causa da morte.
Exposição – As circunstâncias da morte do ditador líbio causaram debate internacional depois que as autoridades garantiram que ele havia morrido em um tiroteio, enquanto outras fontes davam conta de uma execução sumária.
O relatório considera ainda que a exposição dos dois corpos ao público durante vários dias foi “uma violação do direito internacional”.
(Com agência France-Presse)