Líbia termina visitação pública a corpo de Kadafi
Tirano ficou exposto em frigorífico durante quatro dias
As autoridades do Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) afirmaram nesta segunda-feira que o corpo do ditador deposto Muamar Kadafi não estará mais exposto à visitação pública na cidade de Misrata. Os guardas que controlavam a câmara frigorífica onde estava o cadáver já fecharam os portões do local, impedindo o acesso de visitantes.
Entenda o caso
- • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
- • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
- • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
- • A caçada pelo coronel terminou em 20 de outubro, quando ele foi morto pelos rebeldes em sua cidade-natal, Sirte.
Leia mais no Tema ‘Confrontos na Líbia’
“A partir das 15 horas (11 horas de Brasília), o público não poderá mais ver o corpo”, disse à agência de notícias Reuters uma autoridade do CNT, o governo provisório do país. Os corpos de um dos filhos do tirano, Mutasim, e do seu ex-chefe militar também estavam em exibição na mesma câmara, que fica em um mercado de Misrata.
Após quatro dias exposto sobre um colchão, o corpo de Kadafi já mostrava sinais de decomposição. O movimento de pessoas que entravam no frigorífico era intenso. Elas recebiam máscaras cirúrgicas para se proteger do mau cheiro. A exposição vai contra a tradição islâmica, que prevê o sepultamento no prazo de um dia. As autoridades do CNT, contudo, ainda não definiram como vão sepultá-lo.