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Com medo de invasão, Níger pede recrutamento em massa de voluntários

Bloco da África Ocidental CEDEAO ameaça intervenção militar após golpe de Estado

Por Da Redação
16 ago 2023, 11h03

Após pressão popular, o governo golpista do Níger permitiu nesta quarta-feira, 16, um recrutamento em massa de voluntários para incrementar as forças do exército diante de ameaças da CEDEAO, bloco regional da África Ocidental. O grupo disse que está aberta a usar sua força militar se Mohamed Bazoum, líder eleito democraticamente e deposto em um golpe no mês passado, não voltar ao poder.

A campanha de recrutamento será lançada no próximo sábado, 19, em Niamey, capital do país, bem como em cidades expostas às forças invasoras, como perto das fronteiras com a Nigéria e o Benin, dois países favoráveis à intervenção. O governo disse não estar diretamente envolvido, mas ciente da iniciativa.

Moradores da capital nigerense, Niamey, pediram para participar do recrutamento. O grupo participaria de combates, prestaria assistência médica e forneceria logística técnica e de engenharia, entre outras funções, caso a junta militar precisasse de ajuda.

“Precisamos estar preparados sempre que isso acontecer”, disse Amsarou Bako, um dos fundadores da campanha, à agência de notícias AP.

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As tensões regionais se aprofundam à medida que o impasse entre o Níger e a CEDEAO não mostra sinais de arrefecimento. Na semana passada, depois de rejeitar os múltiplos esforços do bloco africano nas negociações, o governo golpista do Níger disse que estava aberto ao diálogo. Logo depois acusou Bazoum de “alta traição”.

A CEDEAO ativou uma “força de prontidão” para restaurar a ordem no país depois que os militares nigerenses ignoraram um prazo para libertar e restabelecer o poder de Bazoum. Os chefes do bloco vão se reunir nesta semana e não está claro se a invasão vai acontecer, o que pode gerar consequências devastadoras, como uma guerra regional.

Até o golpe, o Níger era visto como um dos últimos países democráticos na região do Sahel, ao sul do deserto do Saara, e um parceiro das nações ocidentais no esforço de conter a crescente violência jihadista ligada à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. Agora, França e Estados Unidos, que tinham militares na região, suspenderam suas operações e os ataques jihadistas estão aumentando.

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De acordo com o ministério de Defesa, pelo menos 17 soldados foram mortos e quase 20 ficaram feridos em uma emboscada de extremistas na região de Tillaberi. O ataque ocorreu na tarde da última terça-feira, 15, quando um destacamento militar viajava entre as aldeias de Boni e Torodi. Os feridos foram levados para Niamey.

Esse foi o primeiro grande ataque contra o exército do Níger em seis meses e é um sinal preocupante da potencial escalada do conflito. Analistas dizem que quanto mais tempo o golpe se arrastar e o governo militar cimentae seu controle do poder, menos provável será uma intervenção.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que ainda há espaço para a diplomacia devolver o país ao regime constitucional e afirmou que Washington apoia os esforços de diálogo da CEDEAO.

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Washington não têm um embaixador no país há quase dois anos, o que especialistas afirmam que deixou o Níger sem acesso aos principais círculos de informações. Porém, Kathleen FitzGibbon, a nova embaixadora, deve chegar a capital Nimey no final de semana.

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