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Com 800 mil pessoas a menos, população do Japão cai em todas as províncias

Mudança demográfica afeta quase todas as partes da sociedade; esforços para reverter o declínio, até agora, tiveram pouco sucesso

Por Da Redação
26 jul 2023, 09h35

Dados divulgados pelo Ministério de Assuntos Internos do Japão nesta quarta-feira, 26, revelaram que todas as 47 prefeituras do país – equivalentes a estados – registraram encolhimento da população em 2022, totalizando quase 800 mil pessoas a menos. Os números marcam dois novos recordes indesejados para a nação em declínio demográfico.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, caracterizou a tendência como uma “crise” e prometeu enfrentar a situação. Mas as políticas nacionais, até agora, falharam em conter a queda da população.

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Os novos dados mostram que as mortes atingiram um recorde de mais de 1,56 milhão, enquanto houve apenas 771 mil nascimentos no Japão em 2022, a primeira vez que o número de recém-nascidos caiu abaixo de 800 mil desde o início dos registros.

Mesmo o aumento recorde de residentes estrangeiros de mais de 10%, para 2,99 milhões, não impediu o declínio. A população cai por 14 anos consecutivos e chegou a 122,42 milhões em 2022.

Em janeiro, Kishida disse que, para lidar com a taxa de natalidade, era “agora ou nunca” e alertou: “Nossa nação está à beira de saber se pode manter suas funções sociais”.

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O envelhecimento da população do Japão já afeta quase todos os aspectos da sociedade. Mais da metade de todos os municípios são classificados como distritos despovoados, escolas estão fechando e mais de 1,2 milhões de pequenos negócios têm proprietários com cerca de 70 anos, sem sucessor.

O submundo do Japão também não escapou ileso: a maioria dos membros da Yakuza, famosa organização criminosa transnacional, tem mais de 50 anos e agora há mais gângsteres japoneses na faixa dos 70 do que na faixa dos 20.

Em 1º de abril, o governo criou a nova Agência da Criança e da Família, reunindo sob uma única entidade todas as questões relacionadas, incluindo a taxa de natalidade. O governo também prometeu dobrar os gastos com creches e subsídios para 4% do PIB, mas medidas semelhantes no passado tiveram pouco impacto no número de nascimentos.

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Apenas 300 cidades pequenas conseguiram aumentar a natalidade por meio de uma combinação de pagamentos generosos e políticas para criar ambientes mais amigáveis para as crianças. Mas até Nagi, na prefeitura de Okayama – que se tornou uma espécie de garoto-propaganda do aumento no número de crianças nascidas – viu sua população encolher nos últimos anos.

O Japão, contudo, não é o único com problemas demográficos. A taxa média de fertilidade para o grupo de nações ricas da OCDE é de 1,66, bem abaixo da taxa de reposição de 2,1 necessária para manter a população estável.

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Embora o número de japoneses tenha começado a cair antes da de outros países – atingindo o pico em 2008 – o declínio nas taxas de fertilidade foi mais acentuado em outros lugares, particularmente no leste da Ásia. A vizinha Taiwan está logo abaixo do Japão, com 1,24 bebê por mulher, enquanto a vizinha Coreia do Sul tem a taxa mais baixa do mundo, com apenas 0,78.

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