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Chuvas na América Central deixam mais de 90 mortos

Por Johan Ordonez
18 out 2011, 18h41

As chuvas que atingem a América Central já deixaram 90 mortos e mais de 700.000 atingidos em uma semana, segundo dados divulgados nesta terça-feira, com tormentas que chegaram a 1.200 milímetros, o triplo da média mensal para a estação.

A Guatemala, que registrou 34 mortos e quase meio milhão de afetados, e El Salvador, com 32 mortes, são os países mais atingidos por um temporal com poucos precedentes e que os especialistas consideram uma prova a mais dos efeitos da mudança climática.

Dois centros de baixa pressão sucessivos, o primeiro no Pacífico e o segundo no Caribe, causaram as incessantes chuvas que deixaram 13 mortos em Honduras, oito na Nicarágua – onde existe temor de transbordamento do gigantesco lago da cidade de Manágua – e outros quatro mortos na Costa Rica.

“A intensidade das chuvas, a duração do fenômeno e a extensão do território atingido nos colocam diante de uma das maiores situações de emergência que já tivemos de enfrentar”, disse o presidente salvadorenho, Mauricio Funes, em uma mensagem em rede de rádio e televisão na noite de segunda-feira.

Funes, baseando-se em cifras dos serviços meteorológicos, disse que em alguns setores as chuvas chegaram em uma semana a 1.200 milímetros, o triplo da média mensal desta temporada. “Este fenômeno é maior que o furacão Mitch”, disse.

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Uma chuva de 1.200 milímetros equivale à queda de 1.200 litros d’água por cada metro quadrado de território.

Mas não apenas em El Salvador foram registradas chuvas fora do comum. Na região do sudoeste da Guatemala na última semana caíram mais de 650 milímetros de chuva, e sobre a costa do Pacífico outros 600 milímetros, enquanto na Costa Rica superaram os 550 milímetros.

Considerada pelas Nações Unidas uma das regiões mais afetadas pela mudança climática, os desastres naturais provocaram na América Central em 40 anos mais de 50.000 mortos e dezenas de milhões de dólares em perdas, segundo um estudo de universidades europeias e latino-americanas.

As chuvas também provocaram severas perdas nas colheitas de grãos básicos.

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Em Honduras, foram contabilizadas perdas de 8.000 hectares de cultivos, e na Guatemala (onde 15% da população sofre de desnutrição), os relatórios parciais de diferentes comunidades preveem enormes perdas nas colheitas de milho e feijão.

Os danos afetam também milhares de casas, milhares de quilômetros de estradas e dezenas de pontes, entre outras obras de infraestrutura básica com custos de consertos estimados em dezenas de milhões de dólares.

Um trabalho da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), intitulado “A Economia da Mudança Climática”, afirma que as perdas econômicas ocasionadas na América Central pelo aquecimento global rondarão os 10% do PIB regional até o ano de 2050.

“A mudança climática não é algo que vai vir, já estamos sofrendo com isso, o temporal é uma prova a mais da nossa vulnerabilidade”, declarou o técnico da Comissão Centro-Americana de Ambiente e Desenvolvimento (CCAD), Raúl Artiga, à AFP.

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