China convoca 100.000 autoridades para solucionar recessão pandêmica
O primeiro-ministro chinês discursou a autoridades provinciais, municipais e estaduais contra a política oficial de "Covid zero" do governo central
![Workers wearing protective gear talk with a woman on a street during a Covid-19 coronavirus lockdown in the Jing'an district of Shanghai on May 25, 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/000_32B2826.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A agência de notícias estatal chinesa Global Times informou nesta quinta-feira, 26, que o gabinete da China realizou uma reunião de emergência com mais de 100.000 participantes na véspera, em que os principais líderes do país pediram novas medidas para estabilizar a economia – em frangalhos devido às rigorosas restrições contra a pandemia do país, política apelidada de “Covid zero”.
A videoconferência do Conselho de Estado contou com a presença de autoridades provinciais, municipais e estaduais, de acordo com um relatório do Global Times. O primeiro-ministro Li Keqiang e outras figuras de alto escalão também estavam presentes.
Li pediu por medidas do governo central para reduzir o desemprego e garantir que as vagas existentes permaneçam abertas.
A segunda maior economia do mundo foi atingida em vários setores desde que um novo surto de Covid-19 começou em março, levando ao bloqueio total em muitas grandes cidades – com destaque para o centro financeiro de Xangai, onde não foi permitido que a população saísse de suas casas ou bairros por um mês e meio.
Para Li, o impacto econômico observado em março e abril deste ano superou o de 2020, durante o surto inicial do coronavírus. Atualmente, as taxas de desemprego são maiores, enquanto a produção industrial e o transporte de cargas estão reduzidos. O primeiro-ministro chamou a situação de “complexa e grave” no início de maio, uma das principais autoridades a criticar abertamente a estratégia “Covid zero”.
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“A reunião incomum encerra uma série cada vez mais urgente de pronunciamentos oficiais nos últimos dias, tentando resolver a interrupção econômica causada pela onda de bloqueios do Covid-19”, escreveu em nota o grupo de pesquisa Gavekal Dragonomics nesta quinta-feira.
“O foco urgente de alto nível na estabilização do crescimento abre a porta para que medidas de estímulo mais agressivas sejam implantadas nas próximas semanas”.
No início desta semana, o banco de investimento UBS reduziu sua previsão de crescimento do PIB chinês para 3% (a China disse que espera um crescimento de cerca de 5,5% este ano). No ano passado, a economia do gigante asiático expandiu 8,1%, contra 2,3% em 2020. É ritmo mais lento em décadas.
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Na segunda-feira 23, em uma reunião executiva do Conselho de Estado, autoridades divulgaram 33 novas medidas econômicas, incluindo aumento de reembolsos de impostos, concessão de empréstimos a pequenas empresas e concessão de empréstimos de emergência ao setor de aviação, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
As medidas também reduzem algumas restrições relacionadas à Covid-19, como a liberação da circulação de caminhões que partem de áreas de baixo risco de infecção.
Na reunião da quarta-feira 25, Li pediu que os departamentos do governo implementassem essas 33 medidas até o final de maio, com o apoio de uma força-tarefa do Conselho de Estado a 12 províncias a partir desta quinta-feira.
A política de Covid zero visa eliminar todas as cadeias de transmissão usando bloqueios nas fronteiras de províncias e bairros, quarentenas obrigatórias, testes em massa e lockdowns-relâmpago. Contudo, a variante Omicron, altamente infecciosa, tomou o país em março e desafia a estratégia.
Neste mês, mais de 30 cidades estavam sob bloqueio total ou parcial, impactando 220 milhões de pessoas em todo o país, segundo cálculos da emissora americana CNN. Do Big Tech aos bens de consumo, isso está destruindo tanto a oferta quanto a demanda nas indústrias.
Embora algumas dessas cidades tenham flexibilizado algumas restrições, o impacto da interrupção nas cadeias produtivas ainda se faz sentir. Muitas empresas foram forçadas a suspender as operações, incluindo as montadoras Tesla e Volkswagen. O Airbnb é a mais recente empresa multinacional a sair do país, porque o negócio de compartilhamento de casas tornou-se insustentável em meio às restrições.
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Mesmo assim, as principais autoridades do país insistem na política de Covid zero. Nesta segunda-feira, sete distritos de Pequim foram parcialmente bloqueados, afetando quase 14 milhões de habitantes. Nos dois maiores distritos da cidade, Chaoyang e Haidian, todos os serviços não essenciais – shoppings, academias e espaços de entretenimento – foram fechados.
Xangai revelou planos para suspender bloqueios nesta quinta-feira, mas uma recuperação econômica nacional ainda está distante. O centro financeiro da China vai reabrir fronteiras e serviços não-essenciais a partir do dia 1º de junho, com retorno de estudantes às escolas a partir de 6 de junho.
![Paciêntes em leitos hospitalares do lado de fora do Caritas Medical Center em Hong Kong, em 16 de fevereiro de 2022, enquanto os hospitais ficam sobrecarregados com a cidade enfrentando sua pior onda de Coronavírus Covid-19. Paciêntes em leitos hospitalares do lado de fora do Caritas Medical Center em Hong Kong, em 16 de fevereiro de 2022, enquanto os hospitais ficam sobrecarregados com a cidade enfrentando sua pior onda de Coronavírus Covid-19.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_02.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Lockdown imposto pelo governo chinês, devido a novos casos do Coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022. Lockdown imposto pelo governo chinês, devido a novos casos do Coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_09.jpg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![Foto de 17 de março de 2022, mostra um funcionário, usando equipamento de proteção individual, caminhando no laboratório Fire Eye, uma instalação temporária de testes de Coronavírus Covid-19 na província de Shandong, leste da China. Foto de 17 de março de 2022, mostra um funcionário, usando equipamento de proteção individual, caminhando no laboratório Fire Eye, uma instalação temporária de testes de Coronavírus Covid-19 na província de Shandong, leste da China.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_05.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Trabalhadores usando equipamentos de proteção, empurram um carrinho cheio de caixas com alimentos para serem entregues em um bairro durante um bloqueio de Coronavírus Covid-19 no distrito de Jing'an, em Xangai, em 7 de maio de 2022. Trabalhadores usando equipamentos de proteção, empurram um carrinho cheio de caixas com alimentos para serem entregues em um bairro durante um bloqueio de Coronavírus Covid-19 no distrito de Jing'an, em Xangai, em 7 de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_07.jpg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![A tripulação de vôo da Air China, chega em trajes de proteção ao terminal internacional do Aeroporto de Los Angeles em 3 de dezembro de 2021, quando o condado de Los Angeles relatou seu primeiro caso da nova variante do Covid-19, Omicron. A tripulação de vôo da Air China, chega em trajes de proteção ao terminal internacional do Aeroporto de Los Angeles em 3 de dezembro de 2021, quando o condado de Los Angeles relatou seu primeiro caso da nova variante do Covid-19, Omicron.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_01.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Profissionais de saúde realizam testes de Coronavírus Covid-19 em um local de testes improvisado em Zhongguancun, em Pequim, em 26 de abril de 2022. Profissionais de saúde realizam testes de Coronavírus Covid-19 em um local de testes improvisado em Zhongguancun, em Pequim, em 26 de abril de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_04.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Foto tirada em 22 de março de 2022, mostra uma mulher coletando papelão em um conjunto habitacional em Hong Kong. Foto tirada em 22 de março de 2022, mostra uma mulher coletando papelão em um conjunto habitacional em Hong Kong.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_06.jpg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![Um voluntário da comunidade, corta o cabelo de um residente em um complexo residencial, durante o bloqueio de Covid-19 no distrito de Pudong, em Xangai, em 1º de maio de 2022. Um voluntário da comunidade, corta o cabelo de um residente em um complexo residencial, durante o bloqueio de Covid-19 no distrito de Pudong, em Xangai, em 1º de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_03.jpg?quality=90&strip=info&w=890&w=636)
![Trabalhadores do serviço de saúde carregam o corpo de uma pessoa para um contêiner refrigerado, no necrotério público de Fu Shan, em Hong Kong, em 16 de março de 2022, em meio ao pior surto de Coronavírus Covid-19. Trabalhadores do serviço de saúde carregam o corpo de uma pessoa para um contêiner refrigerado, no necrotério público de Fu Shan, em Hong Kong, em 16 de março de 2022, em meio ao pior surto de Coronavírus Covid-19.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_12.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Agentes de segurança usando equipamento de proteção individual, vigiam a entrada de uma área residencial bloqueada devido aos recentes surtos de Coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022. Agentes de segurança usando equipamento de proteção individual, vigiam a entrada de uma área residencial bloqueada devido aos recentes surtos de Coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_10.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Construção de um hospital de campanha para combater o novo surto de Coronavírus Covid19 em Shenyang, na província de Liaoning, nordeste da China, em 06 de Abril de 2022. Construção de um hospital de campanha para combater o novo surto de Coronavírus Covid19 em Shenyang, na província de Liaoning, nordeste da China, em 06 de Abril de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_13.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Um trabalhador usando equipamento de proteção individual, desinfeta a entrada de uma área residencial bloqueada devido aos recentes surtos de coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022. Um trabalhador usando equipamento de proteção individual, desinfeta a entrada de uma área residencial bloqueada devido aos recentes surtos de coronavírus Covid-19 em Pequim em 10 de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_08.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Pessoas em fila para fazer teste do Coronavírus Covid-19 em um local de coleta, em Pequim em 10 de maio de 2022. Pessoas em fila para fazer teste do Coronavírus Covid-19 em um local de coleta, em Pequim em 10 de maio de 2022.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/05/CHINA-COVID19-LOCKDOWN_11.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)