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China considera banir roupas e símbolos que ferem ‘espírito chinês’

Nas redes sociais, muitos expressaram preocupação, incluindo juristas, que se manifestaram sobre falta de detalhamento apresentada no projeto de lei

Por Da Redação
11 set 2023, 17h28

O Parlamento chinês apresentou, no início de setembro, uma proposta de alteração na Lei de Punições da Administração de Segurança Pública do país, de 2006, que passaria a proibir peças de vestuário e símbolos considerados “prejudiciais ao espírito da nação chinesa”. Em meio ao nacionalismo crescente, críticos afirmam que pacote de medidas atenta contra a liberdade de expressão na China.

Caso seja aprovada, a nova lei permite deter por até 15 dias e multar em até 5.000 yuans (R$ 3.383,31) quem “usar ou forçar os outros a usar” artigos ofensivos em locais públicos — embora a proposta não especifique o tipo de vestuário que seria proibido. O documento ainda prevê a censura da produção e divulgação de artigos ou comentários que possam prejudicar o “espírito chinês”.

O Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional disse que vai recolher opiniões públicas ao longo deste mês, para aprovar ou não a medida. Nas redes sociais, muitos expressaram preocupação, incluindo juristas, que se manifestaram sobre a falta de detalhamento apresentada no projeto de lei.

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“Quem irá confirmar o espírito da nação chinesa e através de que procedimentos?” escreveu o professor de estudos constitucionais da Universidade de Ciência Política e Direito da China Oriental, em Xangai, Tong Zhiwei, na plataforma chinesa Weibo. “Se (o Comitê Permanente) aprovar este artigo de acordo com o projeto atual, isso levará inevitavelmente a que as autoridades e o judiciário prendam e condenem pessoas com base na vontade dos seus líderes, o que causará danos sem fim”, alertou.

Para o professor de direito penal da Universidade Tsinghua de Pequim, Lao Dongyan, a lei pode constituir uma violação dos direitos das pessoas. “O poder do Estado interfere diretamente no vestuário diário dos cidadãos, o que é obviamente uma intervenção exagerada”, publicou também no Weibo.

Ele ainda acrescentou que a lei pode alimentar um nacionalismo extremo e intensificar o antagonismo com determinados países, o que colocaria a China em uma “posição diplomática passiva”.

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A medida se dá em meio ao uso crescente de vestimentas para representar convicções políticas no país. O movimento “Hanfu”, no qual os indivíduos usam um tipo de vestuário tradicional chinês, anterior à dinastia Qing, representa os jovens nacionalistas, enquanto a vestimenta de roupas tradicionais japonesas, como os quimonos, é mal vista e criticada pelos mesmos.

Atualmente, a legislação do país já permite que a polícia prenda suspeitos durante semanas por uma extensa lista de crimes, que vão de vandalismo a ofensas contra a ordem pública. E se junta à uma série de restrições pessoais apresentadas por Pequim, que incluem a restrição de tatuagens e a regulamentação de transmissões e o banimento dos shows de artista com “estilos afeminados”.

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