China barra deputados separatistas do Parlamento de Hong Kong
Sixtus "Baggio" Leung e Yau Wai-ching se recusaram a jurar lealdade a Pequim no Parlamento e foram impedidos de tomar posse
O Congresso da China aprovou nesta segunda-feira uma medida que impede a posse de dois deputados pró-independência de Hong Kong, Sixtus “Baggio” Leung e Yau Wai-ching, que se recusaram a jurar lealdade a Pequim. O caso é a interferência mais direta do país sobre o sistema legal e político do território, desde que foi devolvido ao controle chinês em 1997.
O Congresso Nacional do Povo, em Pequim, determinou que os parlamentares eleitos devem jurar lealdade a Pequim como parte da China e que os políticos são desclassificados se alterarem o palavreado de seu juramento de posse ou se não o fizerem de maneira “sincera e solene”. Apesar das críticas à medida, o chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-Ying, confirmou que executará a decisão do governo chinês.
A promoção da independência é um tabu há muito tempo em Hong Kong, governada segundo o princípio “um país, dois sistemas”, devido ao medo de Pequim de que a causa entusiasme ativistas e coloque em dúvida o domínio do governo central. Em 3 de setembro, oito deputados de tendência liberal foram eleitos para Parlamento de Hong Kong, alguns deles com claros ideais independentistas.
Em resposta à “intromissão” chinesa, milhares de pessoas saíram as ruas no domingo para protestar em favor dos jovens deputados. Leung e Yau, do partido Youngspiration, chegaram ao Parlamento após atuarem como lideranças de protestos pró-democracia em 2014. A dupla tentou realizar o juramento necessário para a posse em diversas ocasiões nos últimos meses, mas sempre mudou as palavras de forma provocativa para evitar jurar lealdade a Pequim.
(Com Reuters e EFE)