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Charles Taylor, o homem que mergulhou uma região no terror

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30 Maio 2012, 15h17

O ex-presidente liberiano Charles Taylor, de 64 anos, condenado nesta quarta-feira a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL) por crimes contra a Humanidade e de guerra, afundou durante os anos 1990 parte da África Ocidental em uma série de conflitos sangrentos.

Este homem de origem burguesa foi educado em uma universidade americana e trabalhou em bancos do governo da Libéria antes de se tornar um líder guerreiro ávido pelo poder e, posteriormente, um questionado presidente que permaneceu como chefe de Estado entre 1997 e 2003.

Charles Ghankay Dahkpannah Taylor nasceu em 1948 nos arredores de Monróvia, em uma família pertencente à etnia Gios, que liderou a Libéria desde 1822, ano de sua fundação, até 1980.

Formado em economia pelo Bentley College, em Massachusetts, Estados Unidos, ingressou em 1979 no serviço público liberiano, no qual rapidamente ganhou o apelido de “cola” por sua facilidade em conquistar fundos públicos.

Em 1983 foi acusado de desviar 900 mil dólares e se refugiou nos Estados Unidos, onde chegou a ser preso. No entanto, fugiu e encontrou refúgio na Costa do Marfim, antes de chegar à Líbia, onde passou por vários campos de treinamento.

Seis anos depois, no Natal de 1989, eclodiu na Libéria uma das guerras civis mais atrozes da África, que incluiu o recrutamento forçado de crianças.

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Seus combatentes, muitas vezes drogados, foram acusados pelos massacres mais bárbaros, por atrocidades, mutilações, estupros e até mesmo canibalismo.

Em 1987, após um acordo de paz assinado sob os auspícios da comunidade internacional, os liberianos elegeram este líder militar presidente, em eleições paradoxalmente consideradas democráticas.

Contudo, dois anos depois a situação mudou novamente com o início da rebelião dos Liberianos Unidos pela Reconciliação e a Democracia (LURD) no norte do país.

Sustentados por vários países vizinhos e com o apoio encoberto dos Estados Unidos, os LURD começaram a avançar até Monróvia. A capital mergulhou em uma guerra de três meses, de junho a agosto de 2003.

Sob pressão, Taylor concordou em deixar o poder. Deixou o país em 11 de agosto de 2003 para se exilar na Nigéria, pondo fim a 14 anos de conflitos que deixaram 300 mil mortos e centenas de milhares de desabrigados.

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Paralelamente, Taylor foi responsabilizado por crimes de guerra e crimes contra a Humanidade, em junho de 2003, pelo TESL, suspeito de ter alimentado a rebelião da Frente Revolucionária Unida (RUF) em Serra Leoa desde março de 1991.

Em colaboração com a RUF, Taylor teria traficado armas e diamantes. O conflito em Serra Leoa durou uma década (entre 1991 e 2001) e deixou cerca de 120 mil mortos.

Por fim, em março de 2006, Taylor foi preso e transferido para Haia. Em sua cela no centro de detenção de Scheveningen, nos arredores de Haia, passou a ler a Bíblia e romances políticos, e também começou a escrever um livro, informou sua família.

Descrito por outros presos como uma pessoa quieta, Taylor passa muitas horas reunido com um “conselheiro espiritual”.

Em 26 de abril, foi declarado culpado pelo Tribunal Especial para Serra Leoa por crimes contra a Humanidade e crimes de guerra.

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