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Cardeal de Fátima defende Francisco de ‘complô de ultraconservadores’

António Marto diz não acreditar na denúncia do ex-núncio Viganó e acusa a ala tradicionalista de 'dar um golpe de morte' no papa

Por Denise Chrispim Marin
Atualizado em 19 set 2018, 13h00 - Publicado em 30 ago 2018, 18h55

O cardeal de Leiria-Fátima, António Marto, reagiu contra o que chamou de “campanha de ultraconservadores” contra o papa Francisco. O argentino foi acusado por um arcebispo italiano de ter acobertado os casos de assédio sexual do cardeal americano Theodore McCarrick. Em entrevista ao jornal português Observador, Marto defendeu que Francisco sairá “fortalecido” dessa polêmica.

“É uma campanha organizada, da parte dessa ala tradicionalista ultraconservadora, que quer pôr em xeque o papa Francisco, e que chega a este extremo de, pela única vez na história, pedir a demissão de um papa”, afirmou Marto.

Questionado se acreditava que o papa sabia das acusações contra Mccarrick há cinco anos, Marto foi enfático: “Não acredito. E espero que o papa Francisco um dia se pronuncie. Acredito mais no papa Francisco do que no arcebispo Viganò”, afirmou, referindo-se ao ex-núncio apostólico em Washington.

A Igreja está claramente dividida entre acreditar e não acreditar na carta de onze páginas escrita pelo ex-núncio apostólico em Washington, Carlo Maria Viganò. Ele alegou ter comentado sobre o caso de McCarrick com Francisco logo depois de sua escolha como papa no conclave de 2013.

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Marto afirmou ao Observador ter certeza de que “todos os bispos de Portugal estão com o papa Francisco e lhe manifestaram apoio incondicional nesta reforma da Igreja”. Para ele, a intenção dos ultraconservadores, inconformados com as mudanças adotadas pelo papa nestes últimos cinco anos, é “dar um golpe de morte” no pontífice.

Conforme explicou, Viganò teve a ajuda de jornalistas, entre eles Marco Tosatti, e escolheu o período da  viagem do papa à Irlanda para detonar a  “bomba” com “efeitos multiplicados”. Sobre o conteúdo da carta de Viganò, Marto explicou que os cardeais de Washington e da Filadélfia e o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos disseram ter conversado uma única vez com o ex-núncio – para parabenizá-los, quando nomeados cardeais.

Também lembrou do desmentido do secretário do papa emérito Bento XVI, arcebispo Georg Gänswein, sobre a versão de Viganò de que o ex-pontífice teria conhecimento de sua carta.

Para Marto, os ultraconservadores fazem parte de uma “minoria muito aguerrida e ativa, sobretudo nas redes sociais”. Em sua maioria, é dos Estados Unidos, e tem como líder o cardeal americano Raymond Burke, diácono da paróquia de Santa Ágata dos Godos, em Roma.

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“Eles não aceitam a reforma do papa Francisco. Primeiro, tentaram com aqueles cardeais que levantaram aquelas dúvidas, mas ainda dentro daquele respeito institucional, e agora procuraram dar um golpe de morte aproveitando esta ocasião”, completou.

Na entrevista, o cardeal de Leiria-Fátima afirmou ter ficado chocado com a dimensão dos abusos cometidos por sacerdotes, sobretudo nos Estados Unidos e na Irlanda. Para ele, tratou-se de uma “catástrofe de ordem espiritual, de ordem moral e de ordem pastoral”, sobre a qual a Igreja já está trabalhando.

“[O papa] teve a coragem de escrever uma carta a todo o povo de Deus com palavras muito duras para afirmar o compromisso de toda a Igreja em pôr termo a toda esta catástrofe”, afirmou.

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