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Capitão Schettino é colocado em prisão domiciliar

O tribunal de justiça de Grosseto ordenou nesta terça-feira a prisão domiciliar de Francesco Schettino, comandante do navio de cruzeiro “Costa Concordia”, que naufragou na noite de sexta-feira diante da ilha italiana de Giglio, causando a morte de pelo menos onze pessoas, informaram fontes da defesa. O comandante é acusado pelo promotor de Grosseto, Francesco […]

Por Por Dario Thuburn
17 jan 2012, 18h46
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  • O tribunal de justiça de Grosseto ordenou nesta terça-feira a prisão domiciliar de Francesco Schettino, comandante do navio de cruzeiro “Costa Concordia”, que naufragou na noite de sexta-feira diante da ilha italiana de Giglio, causando a morte de pelo menos onze pessoas, informaram fontes da defesa.

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    O comandante é acusado pelo promotor de Grosseto, Francesco Verusio, de homicídio culposo múltiplo, responsabilidade pelo naufrágio e abandono do navio.

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    Segundo a imprensa italiana, o “homem mais odiado” da Itália, deverá ser libertado em sigilo da prisão, entre esta terça e a quarta-feira.

    Diante da prisão de Grosseto, onde estava detido desde sábado, 50 jornalistas esperavam sua saída, enquanto os guardas penitenciários diziam que já tinha sido libertado.

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    Schettino foi ouvido judicialmente durante três horas e, segundo a imprensa local, assegurou que estava no timão quando o navio se chocou contra uma rocha e que “não abandonou o navio, e sim caiu no mar devido a um solavanco da embarcação”.

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    Os depoimentos contra ele, um italiano de 52 anos, multiplicaram-se depois do naufrágio, que causou, até agora, onze mortos e 28 desaparecidos.

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    Mergulhadores especializados encontraram mais cinco corpos nesta terça-feira.

    Os corpos de quatro homens e uma mulher estavam na proa do navio, precisou Filippo Marini, porta-voz da Guarda Costeira. .

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    Há poucas esperanças de encontrar sobreviventes, devido à baixa temperatura da água.

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    Nascido na cidade de Sorrento, terra de marinheiros, o comandante ficou desacreditado ao ser acusado de ter se negado a voltar ao navio, apesar das ordens de um oficial da Capitania dos Portos que o obrigava a regressar para coordenar as operações de retirada dos passageiros, como cabia a sua patente de capitão.

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    Schettino, que pode ser condenado a 12 anos na prisão, foi descrito como uma pessoa “exuberante e de credibilidade” por um de seus superiores, o comandante Mario Palombo, atualmente na reserva.

    “Quis fazer uma brincadeira, uma palhaçada, uma loucura e o condenaria não apenas uma, mas dez vezes”, disse à AFP outro comandante italiano que preferiu não ter o nome divulgado.

    Schettino “declarou aos juízes que não abandonou o Concordia e que salvou milhares de vidas”, contou seu advogado de defesa, Bruno Leporatti.

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    O capitão insiste que fez tudo o que estava a seu alcance.

    “Defende a decisão de ter mudado a rota do navio de cruzeiro depois do choque contra as rochas, o que o permitiu salvar centenas ou milhares de vidas, ao encalhar num banco de areia”, disse o advogado.

    Leporatti diz também que Schettino “está tranquilo por ter mantido naquele momento a lucidez necessária para realizar uma difícil manobra de emergência”.

    O comandante será submetido a vários testes toxicológicos para verificação de seu estado físico e mental no momento do choque.

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    Vários depoimentos asseguram que estava de brincadeira com vários amigos, tomando champanhe, acompanhado de turistas.

    Schettino, comandante de ferrys, começou a trabalhar em 2002 na famosa companhia de cruzeiros – uma notável ascensão, principalmente se for levado em conta o enorme incremento do turismo nesse setor.

    “Era como passar de motorista de caminhão a piloto de um Ferrari”, comentou um de seus colegas, ao referir-se ao “Costa Concordia”, o gigante do mar, uma nave sofisticada, de alta tecnologia, de dez andares, capaz de navegar a 20 nós (37 km/hora).

    Mas sua carreira parece acabada: as gravações das conversas com a Guarda Costeira divulgadas pela imprensa nesta terça-feira são desconcertantes.

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    Revelam que o capitão não apenas se negou a regressar ao navio, mas que evitou retomar o comando, ao ser informado de que havia mortos.

    “Volte imediatamente a bordo, suba pela ponte de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas ainda estão lá: crianças, mulheres, passageiros, o número exato”, ordenaram a ele.

    O presidente da companhia Costa Crociere, Pier Luigi Foschi, disse nesta segunda-feira que a empresa tem a obrigação de prestar assistência jurídica ao comandante, destacando que existem “testemunhas confiáveis” de que permaneceu no navio.

    Sua família o defende mais do que nunca: “querem acabar com uma brilhante carreira, meu irmão provará que não é o responsável”, disse sua irmã Giulia.

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