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Câmara dos EUA aprova impeachment de Donald Trump

Foram 232 votos favoráveis e 197 contra. Dez republicanos votaram contra o presidente

Por Da Redação
Atualizado em 13 jan 2021, 19h48 - Publicado em 13 jan 2021, 18h40

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira, 13, o processo de impeachment contra Donald Trump. Com apenas mais sete dias no cargo, o republicano se tornará o primeiro presidente americano a passar por dois julgamentos de destituição.

Com todos os votos contados, o número de legisladores favoráveis ao impeachment sob a única acusação de “incitamento à insurreição” foi 232, mais que o mínimo para obter maioria simples na Câmara, que tem 433 membros. Já 197 votaram contra. Destes, 10 eram republicanos.

As deserções foram uma ruptura notável, já que os republicanos votaram unanimemente contra o impeachment de Trump há pouco mais de um ano. E costumavam apoiar mesmo seus posicionamentos mais polêmicos e radicais.

O impeachment do presidente irá desencadear julgamento no Senado americano, onde o líder republicano Mitch McConnell sinalizou apoio ao processo, mas ainda não declarou qual será seu voto.

Contudo, o inquérito não deve começar até que o democrata Joe Biden tome posse no dia 20 de janeiro. Caso Trump seja condenado na mais alta casa legislativa, seus direitos políticos serão caçados e ele não poderá concorrer novamente em eleições.

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Mesmo com apenas mais uma semana de governo Trump, os democratas da Câmara estavam determinados a responsabilizá-lo por encorajar o ataque ao Capitólio na última semana. A depredação aconteceu durante a certificação da vitória eleitoral de Biden.

Militares da Guarda Nacional cercam o Capitólio durante votação para o segundo impeachment de Donald Trump, nesta quarta-feira 13
Militares da Guarda Nacional cercam o Capitólio durante votação para o segundo impeachment de Donald Trump, nesta quarta-feira 13 (AFP/AFP)

O conflito entre a multidão de apoiadores do presidente e a Polícia do Capitólio deixou cinco mortos e encurralou centenas de congressistas e funcionários do governo.

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O artigo de impedimento acusa Trump de crimes graves e contravenções, relacionados a incitar uma “insurreição”.

O texto afirma que, no dia 6 de janeiro, durante um comício em Washington, o presidente “reiterou falsas alegações de que ‘vencemos esta eleição por uma vitória esmagadora’ e fez declarações intencionais que, no contexto, encorajaram – e previsivelmente resultou em – ações criminosas no Capitólio.”

“Assim incitados pelo presidente Trump, membros da multidão a que ele se dirigiu (…) violaram ilegalmente e vandalizaram o Capitólio, ferindo e matando policiais, ameaçando membros do Congresso, o vice-presidente e funcionários do Congresso e se envolvendo em outros atos violentos, mortais, destrutivos e sediciosos”, afirma o artigo.

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Em sua primeira aparição pública após a invasão, Trump negou ter qualquer papel na incitação de seus apoiadores, dizendo que suas palavras foram “totalmente apropriadas”. Mesmo assim, em meio a temores de mais uma onda de violência, ele emitiu um comunicado nesta quarta-feira pedindo que seus partidários permanecessem pacíficos durante a transição de governo.

“Não deve haver violência, violação da lei e vandalismo de qualquer tipo”, disse o presidente. “Não é isso que eu defendo e não é o que os Estados Unidos representam. Peço a todos os americanos que ajudem a aliviar as tensões e acalmar os ânimos”.

A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, pediu aos colegas que destituíssem Trump. “Ele é um perigo claro para a nação que todos nós amamos”, disse. Com medo de outro ataque ao Capitólio, a líder democrata convocou a Guarda Nacional, que fez um cerco ao edifício e ocupou seus corredores, criando uma atmosfera de zona de guerra.

“Precisamos de um remédio constitucional que garantirá que a República estará a salvo deste homem que está tão resolutamente determinado a destruir as coisas que amamos e que nos mantêm unidos”, disse Pelosi.

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