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Trump nega culpa por invasão ao Congresso e chama impeachment de ridículo

Presidente dos EUA afirmou que seu discurso para apoiadores antes da invasão foi 'totalmente apropriado' e acusação contra ele é 'caça às bruxas'

Por Amanda Péchy Atualizado em 12 jan 2021, 14h57 - Publicado em 12 jan 2021, 14h45

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou-se nesta terça-feira, 12, a assumir qualquer responsabilidade pela invasão ao Congresso por seus apoiadores na semana passada. O líder americano também disse que os esforços da Câmara dos Deputados para iniciar um processo pelo seu impeachment, acusando-o de incitar uma insurreição, são “absolutamente ridículos”.

Pouco antes de decolar para o estado do Texas para visitar as obras de construção do muro na fronteira americana com o México – a maior promessa de sua campanha, apenas 60% concluída –, Trump declarou que a tentativa de removê-lo do cargo e caçar seus direitos políticos será uma “continuação da maior caça às bruxas da história da política”.

Os democratas da Câmara dos Representantes, liderados pela presidente da Casa, Nancy Pelosi, protocolaram uma acusação contra o governante por incitar a multidão que invadiu o Capitólio durante a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden. O partido deve levar a resolução de impeachment ao plenário na quarta-feira 13.

Antes do início da sessão no Congresso para oficializar o resultado das eleições presidenciais de novembro passado – amplamente contestado por Trump devido a acusações infundadas de fraude –, o presidente realizou um comício em Washington D.C., no qual encorajou explicitamente seus apoiadores a marcharem até o Capitólio. Lá, ele disse frases como: “Se vocês não lutarem como o diabo, não terão mais um país”.

Durante uma hora, congressistas, jornalistas e funcionários do Capitólio precisaram esconder-se no edifício para proteger suas vidas. Ao menos cinco pessoas morreram devido à violência do conflito, incluindo um policial. Quase cem pessoas já foram presas devido à invasão e destruição de propriedade pública.

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Contudo, Trump alegou que seu discurso foi “totalmente apropriado”, recusando-se a assumir qualquer responsabilidade por seu papel na ocupação do Congresso na quarta-feira passada. Além disso, ele afirmou que a abertura do processo de impeachment será prejudicial à nação.

“Não quero violência”, disse. “Acho que [o possível impeachment] está causando um enorme perigo ao nosso país e está causando uma raiva tremenda [entre a população]”.

Quase a maioria da Câmara – mais de 210 democratas – já aderiu à acusação contra Trump, tornando provável uma apresentação ao Senado. Somado a isso, embora os líderes do Partido Republicano se oponham ao processo, vários de seus membros consideram votar a favor do impeachment, segundo o jornal americano The New York Times.

Contudo, ainda não está claro como o processo deve se desenrolar depois que chegar à mais alta casa legislativa. O Partido Democrata obteve controle do Senado com as recentes eleições no estado da Geórgia, mas é preciso que dois terços dos senadores vote a favor do impeachment para concretizá-lo.

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Fora isso, o primeiro inquérito contra o presidente, em que foi acusado de abuso de poder e obstrução ao legislativo, durou quase cinco meses. Isso indica que os democratas pretendem dar continuidade ao processo atual mesmo após Trump deixar o cargo em oito dias, no dia 20 de janeiro, com objetivo de impedi-lo de concorrer em eleições novamente. Mas uma grande investigação como essa pode obstruir o início do mandato de Biden e atrapalhar a resposta do país à pandemia de coronavírus, assim como a campanha de vacinação contra a Covid-19.

A esperança da legenda é que o vice-presidente, Mike Pence, acione a 25ª Emenda da Constituição junto ao gabinete para destituir seu chefe antes do fim do mandato, com base no princípio da “incapacidade de governar”. Apesar da separação que Pence tem se esforçado em criar entre o presidente e ele mesmo, é improvável que o republicano acione esse recurso.

(Com AFP e EFE)

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