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Caçula e único gay entre pré-candidatos democratas torna-se alvo em debate

Veterano de guerra e prefeito de pequena cidade americana, Pete Buttigieg defende ações contra o aquecimento global

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 20 dez 2019, 15h32 - Publicado em 20 dez 2019, 15h04

Não foi à toa que Pete Buttigieg, de 37 anos, tornou-se alvo dos ataques no debate de pré-candidatos democratas à Casa Branca na noite de quinta-feira, 19, em Los Angeles. O prefeito de South Bend, no estado de Indiana, e único no palco a apresentar-se como gay teve os esforços de sua campanha recompensados com a ascensão de seu nome ao primeiro time da corrida democrata, apesar de sua pobre coleta de recursos. A definição do candidato que concorrerá em novembro de 2020 com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será conhecido em meados do ano.

Buttigieg está na quarta posição na disputa – atrás do ex-vice-presidente Joe Biden e dos senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren – e na frente de outros nove competidores, conforme a média das pesquisas mais recentes calculado pelo portal Real Clear Politics. Apesar de ter coletado apenas 100.000 dólares, uma cifra a anos luz do 1,6 bilhão de dólares doado à campanha de Tom Steyer, segundo ranking da revista Forbes, o prefeito de South Bend foi castigado por ataques de Warren, cujo caixa totaliza 12 milhões de dólares.

A senadora, em terceiro lugar nas pesquisas, pegou no pé de Buttigieg por ter realizado um evento sofisticado de coleta de fundos em uma adega de vinhos de Napa Valley, na Califórnia, no último dia 16, quando os convivam teriam degustado exemplares de 900 dólares a garrafa. “Pensem em quem vem a um evento como esse. Ele havia prometido que cada um de seus encontros para arrecadação de fundos teria portas abertas, mas este foi a portas fechadas”, reclamou Warren.

“Senadora, sua campanha presidencial é custeada, neste momento em que aqui falamos, em parte por dinheiro que a senhora transferiu depois de ter coletado examente dos mesmos superdoadores que a senhora está denunciando”, rebateu Buttigieg, ao mencionar a atitude de Warren como uma hipocrisia. “De acordo com a revista Forbes, eu sou literalmente a única pessoa neste palco que não é um milionário ou bilionário. Este é o problema de emitir testes de pureza nos quais a senhora  mesma não passa.”

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Buttigieg é o diferente em várias esferas entre os candidatos democratas à Casa Branca. Traz em seu currículo a visão de mundo e da política de um millennial, como ele é, o que o fez agregar em seu plano de governo a ampliação dos membros da Suprema Corte americana. Também é o único a ter prestado serviço militar no Afeganistão, o que o torna um veterano de guerra. Casado com o professor Chasten Glezman, é a exceção entre candidatos que se declaram heterossexuais.

“Sou, definitivamente, o único esquerdista americano-maltês-episcopal-gay-millennial-veterano de guerra desta disputa”, definiu-se.

O prefeito Pete Buttigieg sob ataque da senadora Elizabeth Warren: ‘hipocrisia’ – 19/12/2019 (Frederic J. Brown/AFP)

O que o torna ameaçador para Warren e outros competidores é o fato de Buttigieg ter sido apontado como um dos favoritos das primárias no estado de Iowa, no início do ano. Trata-se de um embate que tende a influenciar boa parte das primárias seguintes. O candidato democrata abertamente gay entrou na política em 2017, quando concorreu à Presidência do Comitê Nacional do Partido Democrata. Acabou derrotado mas, em seguida, venceu a eleição municipal de South Bend, uma cidade de 101.000 habitantes. Antes, havia se formado nas universidades de Harvard e Oxford e trabalhado na consultoria  McKinsey.

Em uma enquete do jornal The New York Times com os candidatos democratas, Buttigieg se posiciona como mais moderado do que Sanders ou Warren, que são classificados como os mais radicais de esquerda conforme os padrões ideológicos americanos. O prefeito não se opôs à atual liberdade dos cidadãos de possuírem armas. “Eu respeito o desejo das pessoas de ter os seus meios de autodefesa”, afirmou. No caso do sistema de saúde criado pelo governo do democrata Barack Obama, se alia aos radicais na defesa de um passo mais ambicioso, o da adoção de um esquema totalmente financiado com recursos públicos.

Como millennial, Buttigieg põe a questão da mudança climática como uma prioridade. “Este é um projeto geracional. Tem de se tornar um projeto nacional”, afirmou, em total oposição à política do republicano Donald Trump. Também se alinhou a seus principais concorrentes não tema da imigração. “A maior crise sobre imigração hoje é a desumanidade das políticas do governo”, afirmou.

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Seu herói é o presidente Abraham Lincoln – um republicano que levou adiante a agenda da abolição da escravatura e que, com isso deflagrou a Guerra Civil Americana (1861-1865). Lincoln foi assassinado em abril de 1865, logo depois do fim do conflito. Buttigieg é contrário à pena de morte.

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