La Paz, 13 jn (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está ‘equivocado’ por ter concedido asilo político ao senador Roger Pinto, da oposição conservadora, e anunciou que enviará a Brasília documentos sobre as denúncias de suposta corrupção desse parlamentar.
Morales declarou que não acredita que o asilo possa ‘proteger’ Pinto, acusado por seu Governo de violação de direitos humanos e corrupção. ‘Vamos passar a documentação ao Brasil, para avaliarem esta situação que envolve muitos temas judiciais e penais’, disse o presidente em entrevista coletiva em La Paz.
Da mesma forma, seu vice-presidente, Álvaro García Linera, classificou na última terça como ‘insensata’ a decisão do Governo brasileiro. Segundo Linera, Pinto deve responder à justiça por assassinato e desvio de recursos públicos, entre outros delitos.
Na Bolívia, a oposição e organismos de direitos humanos acusam Morales de manipular a maioria dos juízes e promotores, o que impede processos justos e imparciais. Diante disso, dezenas de políticos e empresários buscaram refúgio no Brasil, Estados Unidos, Espanha, Paraguai ou Peru.
‘Os 21 opositores mais importantes enfrentam julgamento. Chama a atenção que não há uma figura opositora que não tenha um processo’, destacou hoje o jornal de La Paz ‘Página Sete’.
Refugiado na embaixada brasileira em La Paz há duas semanas, Pinto pediu asilo ao Governo de Dilma Rousseff alegando perseguição política por criticar Morales e acusá-lo de não atuar contra o narcotráfico.
Senador pela região nortista de Pando, Pinto se queixou que há mais de 20 processos penais contra ele, todos abertos pelo Governo e cada ‘um mais descabelado que o outro’, segundo ele.
Enquanto isso, Morales reiterou nesta quarta que na Bolívia não há perseguição política, mas ‘delinquentes políticos’, e repetiu sua teoria: ‘Quem quer escapar a outro país sabe que cometeu delitos’. EFE
ja/cl