Bolsonaro cancela visita a comunidade brasileira no Japão
Presidente vai a Osaka para a reunião de cúpula do G20 e deixará de percorrer os 76 quilômetros até Hamamatsu, onde se encontraria com dekasseguis
O presidente Jair Bolsonaro não visitará mais a comunidade brasileira de Hamamatsu, no Japão, marcada o sábado, 29, informou o Ministério de Relações Exteriores para a imprensa. A nota do Itamaraty não informa a razão, apenas agradece e pede a cooperação dos jornalistas.
Originalmente, a visita se daria no domingo, 30, mas no último dia 4, o Itamaraty informara sobre a decisão de antecipar o evento. Bolsonaro estará no Japão entre os próximos dias 28 e 29 para sua primeira participação na reunião de cúpula do G20, o grupo das maiores economias do mundo, em Osaka.
Cerca de 200.000 brasileiros vivem no Japão. O último chefe de Estado a visitar a comunidade brasileira foi Luiz Inácio Lula da Silva que, em maio de 2005, participara de um evento especialmente organizado pelos dekasseguis, os descendentes de brasileiros que retornaram para o país de seus pais e avós para trabalhar. Com a iniciativa, Lula encerrou sua visita oficial ao Japão.
No início de abril, em viagem a Israel, também estava prevista a visita de Bolsonaro a Raanana, a 76 quilômetros de Jerusalém, onde há a maior comunidade de brasileiros no país. O cancelamento se deu na véspera. O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, argumentou que a suspensão se deu por questões de logísticas.
O evento fechado, entretanto, tornara-se um risco para a imagem do presidente: crescera em número de convidados e seria alvo de protestos de militantes contra e a favor de Bolsonaro. Como alternativa, o o governo brasileiro chamou representantes da comunidade brasileira em Raanana para um encontro com Bolsonaro no hotel onde estava hospedado, em Jerusalém.
Durante o encontro, o presidente argumentou que a Bíblia diz que Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Também enalteceu a configuração dos ministérios de seu governo e disse que, com a melhora que se dará no Brasil, expatriados poderão voltar a morar em sua pátria novamente. “É uma terra maravilhosa, que estava sendo destruída pela ideologia”, defendeu.